PRÊMIO SHELL - SÃO PAULO
O Prêmio Shell de Teatro foi criado em 1988 e acontece todo ano no Rio e São Paulo
21 de março de 2017
Rubens Caribé e Lavínia Pannunzio, excelentes atores que apresentaram com maestria o evento. Rubens levou o Shell de melhor ator em 2015 por Assim é (se lhe parece); Lavínia ganhou em por Um verão familiar..
Parabéns ao homenageado Antonio Fagundes e a todos que ganharam.
Antonio Fagundes está em cartaz com o excelente espetáculo Baixa Terapia no Teatro Tuca (com Bruno Fagundes, Mara Carvalho, Ilana Kaplann, Fabio Espósito e Alexandra Martins), em São Paulo, e recebeu troféu pela dedicação ao teatro e pelo trabalho de formação de público e investigação artística.
Baixa Terapia tem direção de Marco Antônio Pâmio, muito competente em tudo o que faz, que concorreu ao Shell de melhor diretor por Playground.
Como é bom ver de perto a emoção de todos os ganhadores, mas cito especialmente Fúlvio Stefanini, Antonio Fagundes e Miriam Mehler porque todos construíram uma linda carreira no teatro e merecem que os seus trabalhos sejam sempre valorizados.
Fagundes fez questão de agradecer o público presente e quem sempre o acompanhou, bem como a presença da esposa Alexandra Martins e dos filhos.
O ator disse, com muito bom humor, que só foi indicado ao Shell uma vez e não ganhou. Por isso, foi bom não ter sido indicado em nenhuma categoria dessa vez, pois certamente perderia!
Miriam Mehler, sempre simpática e elegante, frisou que os atores mais velhos devem ser lembrados na hora das escolhas de papeis (¨geração mais antiga que ama e precisa trabalhar¨). São 60 anos de carreira e por isso a atriz merece homenagens, mas acima de tudo, merece receber convites para participar de produções teatrais.
Ah o Espetáculo O Pai, com Stefanini, direção de seu filho, Léo Stefanini, reestreia sexta no Teatro Paulo Eiró e depois fará temporada no Frei Caneca. O ator estava acompanhado do filho e da esposa.
Na verdade, todos são ganhadores porque tiveram a qualidade do trabalho reconhecido. Profissionais que tenho o privilégio de acompanhar a trajetória.
A cerimônia é uma celebração do teatro de qualidade, um encontro entre artistas de talento. Mostra que o teatro, apesar das dificuldades para os patrocínios e apoios, continua pulsante, vibrante e digno de muitos aplausos.
A falta de respeito para com a nossa cultura é algo inaceitável e prêmios são importantes porque valorizam o talento de quem faz arte no Brasil.
O clima foi de festa, mas a trupe do Coletivo Bijari, que ganhou o Shell de melhor cenário Por Adeus Palhaços Mortos, expressou o descontentamento com a nossa situação política através de uma faixa com os dizeres de ¨Fora Temer¨.
Felipe Hisch também falou da falta de respeito do Governo para a nossa cultura, mas salientou que mesmo assim existe luz no fim do túnel.
A recepção aos convidados merece menção. O coquetel é sempre bem servido e a cerimônia de entrega é rápida, sem números artísticos entre os anúncios dos ganhadores.
Muitos artistas não entraram na lista de concorrentes e mereciam reconhecimento. De qualquer maneira, a cena teatral do ano passado foi muito boa.
Não deixem de prestigiar o nosso teatro. São Paulo sempre tem excelentes espetáculos em cartaz e este ano estão passando pelos palcos produções que merecem casa cheia. Fiquem ligados na programação.
No site De olho na cena ( www.deolhonacena.com.br) publico muitas matérias e na página do Facebook compartilho muitas dicas, já que é impossível elaborar textos sobre tudo o que acontece na área cultural, especialmente na capital paulista.
Juri: Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo
Ganhadores:
AUTOR
Diego Fortes por O Grande Sucesso
DIREÇÃO
Felipe Hirsch por A Tragédia Latino-Americana
ATOR
Fúlvio Stefanini por O Pai
ATRIZ
Miriam Mehler por Fora do Mundo
CENÁRIO
Coletivo Bijari por Adeus Palhaços Mortos
FIGURINO
Karen Brusttolin por O Grande Sucesso
ILUMINAÇÃO
Miló Martins por Um Berço de Pedra, que reestreia no TUSP
MÚSICA
Dr. Morris Picciotto por Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam
INOVAÇÃO
SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco, pela formação de profissionais nas áreas técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea. Ivam Cabral
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