Balé Encantado, com certeza, encantados e apaixonados por tanta energia.
A Cia chega a Curitiba com premios e elogios merecidos.
Com muita cor e brasilidade, Encantado traz beleza e magia para falar de diversas culturas e povos. Brancos com ascendência europeia não são únicos. Os donos do poder não são superiores, só compram tudo, até amor com o dinheiro que possuem.
O mundo é formado por diversas etnias, crenças, costumes e o sentimento de amor pelo próximo e pela Mãe-Terra precisa se unir.
O espetáculo traz a energia do céu, da terra, da água e de dimensões que não sabemos muito bem como são, mas as sentimos quando prestamos atenção na ancestralidade africana e indígena.
Dizer o que está em cena? Complicado. É para sentir.
Um trabalho que traz danças populares, música que embala os movimentos de modo primoroso.
As cosmogonias indígenas e africanas estão abrilhantando o palco e temos a certeza do quanto a diversidade é a garantia de um mundo mais harmonioso.
O início de tudo. A mãe que dá a vida, a união nas antigas aldeias, a vida em harmonia e a paz em perigo pela dominação dos colonizadores, a escravidão... As danças para os deuses, os rituais, os orixás para a proteção de seres do mal que tentam destruir tudo e todos.
Interessante como os bailarinos usam cobertores, de diversas cores , estampas e tamanhos. São 140. Eles ganham diferentes funções cênicas e são parte dos corpos dos dançarinos. Se transformam em seres humanos, em seres meio bicho meio homem, negros, índios, senhores, Terra , mar, roupas dos ancestrais, dos orixais. Nascimento, vida, morte, outras possíveis vidas, os ciclos vitais.
Os bailarinos entram despidos e aos poucos os cobertores ganham vida em seus corpos.
A luta pela sobrevivência, o homem meio gente meio baixo, a suposta evolução e o homem na pandemia, quando o espetáculo foi pensado ... a humanidade dividida. A vacina que garante a vida, a ignorância que mata ... a vida pulsa apesar de tudo, isso se o respeito imperar e cuidarmos da natureza , claro!
O teatro nos salva. A dança nos salva, a ARTE nos salva !
A dança pulsos lindamente no Teatro Guaíra. Bravo!
Sinopse: A palavra "encantado", do latim incantatus, designa algo que é ou foi objeto de encantamento ou de feitiço mágico. Encantado é também sinônimo de maravilhado, deslumbrado ou fascinado e também uma expressão de cumprimento social. No Brasil, encantado tem ainda outros sentidos. O termo se refere às entidades que pertencem a modos de percepção do mundo afro-indígenas. Os encantados, animados por forças desconhecidas, transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados.
Ficha técnica
Criação e direção:
Lia Rodrigues
Dançado e criado em colaboração por:
Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Da Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, David Abreu, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre. Também dançado por Felipe Vian e Dandara Patroclo
Colaboração na criação:
Joana Castro e Matheus Macena
Assistente de criação e direção:
Amália Lima
Dramaturgia:
Silvia Soter
Colaboração artística e imagens:
Sammi Landweer
Criação de luz:
Nicolas Boudier com assistência técnica de Baptistine Méral e Magali Foubert
Trilha sonora / mixagem:
Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do povo Guarani Mbya/Aldeia de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas durante a marcha de povos indígenas em Brasília, em agosto e setembro de 2021, contra o “marco temporal”, uma medida inconstitucional que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas.
Produção e difusão internacional:
Colette de Turville, com assistência de Astrid Toledo
Administração França:
Jacques Segueilla
Produção Brasil:
Gabi Gonçalves/Corpo Rastreado
Produção geral da temporada Centro de Artes da Maré 2022:
Claudia Oliveira
Idealização e produção do projeto de apoio do Instituto Goethe:
Claudia Oliveira
Secretária e administração:
Glória Laureano
Professores:
Amalia Lima, Sylvia Barretto, Valentina Fittipaldi
Midia Social:
Raquel Alexandre e Dandara Patroclo com colaboração de Carolina Repetto
Assistência de produção da temporada Maré:
Ricardo Xavier, Inês Assumpção e Ayla Gabriela |