Tatuagem
Musical baseado no filme de Hilton Lacerda, com adaptação, direção, cenários e figurinos de Kleber Montanheiro.
Tatuagem, o musical, nasceu durante a pandemia. O filme é uma grande paixão do Kleber Montanheiro e a montagem teatral traz o espírito do filme com o roteiro respeitado e o corte final mantido na íntegra.
26 músicas tocadas e cantadas ao vivo do grupo As Baías, com a música Tatuagem composta especialmente para o musical.
Um grito pela liberdade, com música cantada e tocada ao vivo, deboche, teatro de revista, cabaré, estética marginal, tensões, sensualidade e sexualidade à flor da pele.
O ano é 1978. A trupe Chão de Estrelas quer chocar, subverter a ordem, gritar contra a Ditadura e censura.
Um dos artistas do Chão de Estrelas se envolve com um militar e a tensão é inevitável. A trupe é censurada. Como viver sob a opressão?
Kleber pesquisa musical e teatro de revista. É artista reconhecido na área e merece respeito.
A tensão política poderia ter sido mais trabalhada no desenho das cenas. O primeiro ato é mais contido. Já a segunda parte é mais potente e pulsante.
Pós quatro anos de governo com tendência fascista e o Golpe do 8 de janeiro, gritar por democracia e liberdade é necessário sempre.
Em alguns momentos o deboche é exagerado, mas por mais que algumas cenas já tenham se tornado banais (será que mostrar o c.. ainda é trangressão?!). De qualquer maneira, sempre são bem-vindas criações artisticas que têm como meta provocar reflexões sobre os horrores que é viver num mundo sem democracia!
A direita está ganhando força e ideias retrógradas não podem imperar. Ora, transgredir sempre foi uma maneira de gritar contra a imbecilidade humana, contra a opressão e o preconceito.
E Tatuagem traz a utopia de liberdade coletiva e o amor pelo teatro como meio de transformação.
Falar sobre detalhes da encenação é complicado porque a estrutura do cenário impedia a visão de quem estava nos assentos localizados nos cantos da plateia.
Assisti a um espetáculo com visão prejudicada e por isso só é possível relatar e analisar alguns do musical.
Sinopse: Recife, 1978. A trupe teatral Chão de Estrelas é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley e tem Paulete como a principal estrela do grupo. Numa noite de show, eles recebem a visita do cunhado de Paulete, o jovem Fininha, que é militar. Encantado com o universo criado pela companhia, ele logo é seduzido por Clécio. Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que coloca Fininha frente a um grande problema: lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Um espetáculo sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão.
O ESPETÁCULO CONTA COM INTÉRPRETE DE LIBRAS.
FICHA TÉCNICA
Do filme de Hilton Lacerda. Adaptação, Direção, Cenários e Figurinos: Kleber Montanheiro; Direção Musical: Marco França ; Músicas: As Baías - Música composta – Tatuagem: Assucena; Iluminação: Gabriele Souza
Elenco: André Torquato, Bibi Wine, Cleomácio Inácio, GuRezê, Júlia Sanchez, Lua Negrão, Lucas Truta, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira e Zé Gui Bueno; Músicos: Canhestro, Caro Pisco, Gabriel Hernandes e Wagner Passos. Companhia: Cia da Revista (@ciadarevista) |