As premiações impulsionam produções de qualidade e homenageiam quem faz a arte acontecer. Os nossos artistas ser incríveis e merecem toda a atenção!
A trigésima quarta edição do Prêmio Shell primou pela representatividade. A diversidade na arte como preciosidade esteve presente e emocionou a todos que estavam no evento.
O teatro feito no Rio e SP é merecedor de muitos aplausos, mas agraciar o talento de quem faz arte por todo o Brasil é essencial.
São artistas que mostram o quanto o talento é sublime e que a magia do teatro deve brilhar em todos os (re)cantos.
Neste ano, a inovação "categoria nacional" agraciou uma produção fora do chamado eixo Rio/SP e a "energia que vem da gente" valoriza ações culturais de cunho social, que aliam arte e ações para um mundo mais justo.
Num país em que a cultura é sempre deixada de lado, estar ao lado de artistas que fazem o teatro pulsar é um grande privilégio. E o que não falta aqui no Brasil é talento. Também não falta garra para produzir, mesmo com inúmeras adversidades.
Os vencedores foram anunciados nesta terça (12/03), em uma cerimônia realizada no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, e que será exibida pela TV Cultura, no dia 30 de março.
A noite contou com a apresentação das atrizes Marisa Orth e Verônica Bonfim. Noite de muita festa!
Vale dizer que para a categoria "destaque nacional" foram 151 inscrições, com uma produção de Manaus como vencedora . Uma prova do quanto temos produções de qualidade Brasil afora. O que falta é maior visibilidade e recebimento de investimentos para que esses trabalhos cheguem até nós que vivemos em São Paulo e Rio de Janeiro.
Com certeza, um momento histórico foi a premiação de Zahy Tentehar, primeira atriz indígena vitoriosa na categoria. Zahy falou na sua língua-mãe e frisou o quanto os povos originários merecem respeito e espaço na arte e em todos os setores da sociedade. (os nomes dos espetáculos e projetos premiados estarão logo após esta matéria).
Também merece menção a apresentação do grupo Ilú Obá de Mim, que promove ações para o fortalecimento das mulheres negras, uma linda abertura da noite enaltecendo a cultura afro.
Além desses momentos e do anúncio dos vencedores, dois grandes mestres, baluartes do teatro brasileiro, Renato Borghi e Amir Haddad, foram homenageados e aplaudidos de pé. Ambos nasceram em 1937 e fundaram o Teatro Oficina ao lado de José Celso Martinez Correa, em 1958. Impossível não ficar com os olhos marejados! Eles estavam muito agradecidos. Lindíssimos! Estão com saúde e projetos. Vivem para o teatro. Parabéns! Homenagear o artista ativo e ainda produzindo muito é essencial!
No momento, Borghi está em cartaz, no Rio de Janeiro, com O que nos mantém vivos?, um espetáculo excelente da Cia do Promíscuo, trupe teatral que o artista mantém ao lado de Elcio Nogueira Seixas. Depois o espetáculo estará no Festival de Curitiba - www.festivaldecuritiba.com.br)
Já Haddad, é o diretor do grupo Tá na Rua há mais de 40 anos. Um grupo popular teatral e musical, que também pisou no palco do Teatro Sergio Cardoso para reverenciar Haddad, Borghi e o teatro.
Os vencedores
Via assessoria do Prêmio Shell
Alan Diniz e Pedro Neves
O primeiro prêmio da noite foi dramaturgia, que teve como vencedores Carlos Canhameiro por ‘Xs Culpadxs’ (Júri SP) e Vinicius Baião por ‘Três irmãos’ (Júri RJ). Na sequência, os premiados de Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni – ‘Azira’í ‘ e por ‘Feio’ (Júri RJ) e Aline Santini por ‘Mutações’ (Júri SP).
Em seguida, foram anunciados os vencedores de cenário: Eliana Monteiro e William Zarella Junior por ‘Agropeça’ (Júri SP) e Ricardo Rocha por ‘Eyja: Primeira Parte, a Ilha’
(Júri RJ). O Prêmio Energia que Vem da gente contemplou, no Rio de Janeiro, a Cia dos Comuns, pelos seus 22 anos de atuação. Já o Júri SP escolheu o Palacete dos Artistas, Projeto de moradia e assistência no centro de São Paulo voltado para artistas veteranos.
Como melhor figurino, os premiados foram: Luiza Marcier por ‘Los Hermanos - musical pré fabricado’ e por ‘Restos na escuridão’ (Júri RJ) e Karen Brusttolin por ‘A aforista’
(Júri SP).
Na nova categoria Destaque Nacional, o espetáculo vencedor foi ‘As cores da América Latina’, da Panorando Cia e Produtora, de Manaus. Já em música, ganharam o Prêmio Shell de Teatro: Naruna Costa pela direção musical de ‘Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto’ (Júri SP) e André Muato pela direção musical, percussão corporal e trilha original de ‘Pelada – A Hora da Gaymada’ (Júri RJ).
Os melhores atores do ano foram: Matheus Macena por ‘Los Hermanos - musical pré-fabricado’ (Júri RJ) e Maurício Tizumba por ‘Viva o povo brasileiro (de Naê a Dafé)’ (Júri SP). As atrizes premiadas foram: Grace Gianoukas por ‘Nasci para ser Dercy’ (Júri SP) e Zahy Tentehar por ‘Azira’i’ (Júri RJ).
Por fim, os vencedores na categoria melhor direção foram: Luiz Antônio Pilar por ‘Leci Brandão - na palma da mão’ (Júri RJ) e Antônio Araújo por ‘Agropeça’ (Júri SP).
As Categorias e os Jurados
O 34ª Prêmio Shell de Teatro teve quatro indicados em cada uma das nove categorias: Dramaturgia, Direção, Ator, Atriz, Cenário, Figurino, Iluminação, Música, além de Energia Que Vem Da Gente, que premia iniciativas com impacto social positivo e visa reconhecer a criatividade dos artistas e seu impacto positivo no seu entorno e na sociedade brasileira.
O júri do 34º Prêmio Shell de Teatro é composto por Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator), Ana Luisa Lima (professora, produtora e gestora cultural), Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural), Patrick Pessoa (professor, dramaturgo e crítico teatral) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural) no Rio de Janeiro e por Evaristo Martins de Azevedo (crítico de arte), Ferdinando Martins (professor e crítico de arte), Luiz Amorim (ator, diretor e gestor em produção cultural), Maria Luisa Barsanelli (jornalista) e Luh Maza (dramaturga, diretora, roteirista e atriz) em São Paulo.
A nova categoria Destaque Nacional foi selecionada por um júri novo e especialmente criado para esta edição com nomes de Curitiba, Bahia, Ceará e Minas Gerais: Giovana Soar (atriz, diretora, tradutora e curadora), Marcio Meirelles (encenador, dramaturgo e gestor cultural), Dane de Jade (atriz, pesquisadora e gestora cultural) e Guilherme Diniz (pesquisador, crítico cultural e professor). Os espetáculos foram avaliados através de um vídeo enviado por um formulário online.
Sobre a Shell
Há mais de 110 anos no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen, que recentemente adquiriu também o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
Confira a lista dos vencedores da 34ª edição do Prêmio Shell de Teatro:
SELEÇÃO JÚRI SP
DRAMATURGIA
Carlos Canhameiro por ‘Xs Culpadxs’
DIREÇÃO
Antônio Araújo por ‘Agropeça’
ATOR
Maurício Tizumba por ‘Viva o povo brasileiro (de Naê a Dafé)’
ATRIZ
Grace Gianoukas por ‘Nasci para ser Dercy’
CENÁRIO
Eliana Monteiro e William Zarella Junior por ‘Agropeça’
FIGURINO
Karen Brusttolin por ‘A aforista’
ILUMINAÇÃO
Aline Santini por ‘Mutações’
MÚSICA
Naruna Costa pela direção musical de ‘Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto’
ENERGIA QUE VEM DA GENTE
Palacete dos Artistas – Projeto de moradia e assistência no centro de São Paulo onde artistas veteranos vivem por meio de aluguel social e de autogestão do espaço e realização de eventos culturais.
SELEÇÃO JÚRI RJ
DRAMATURGIA
Vinicius Baião por ‘Três irmãos’
DIREÇÃO
Luiz Antônio Pilar por ‘Leci Brandão - na palma da mão’
ATOR
Matheus Macena por ‘Los Hermanos - musical pré-fabricado’
ATRIZ
Zahy Tentehar por ‘Azira’i’
CENÁRIO
Ricardo Rocha por ‘Eyja: Primeira Parte, a Ilha’
FIGURINO
Luiza Marcier por ‘Los Hermanos - musical pré fabricado’ e por ‘Restos na escuridão’
ILUMINAÇÃO
Ana Luzia Molinari de Simoni – ‘Azira’í ‘ e por ‘Feio’
MÚSICA
André Muato pela direção musical, percussão corporal e trilha original de ‘Pelada – A Hora da Gaymada’
ENERGIA QUE VEM DA GENTE
Cia dos Comuns - Pelos 22 anos de uma atuação continuada e imprescindível para a formação e o fortalecimento da cena teatral preta brasileira, contribuindo de forma decisiva para o fomento e formação de artistas negros e na luta antirracista em nossa sociedade.
CATEGORIA DESTAQUE NACIONAL:
- As cores da América Latina, da Panorando Cia e Produtora, de Manaus |