GAG por ÁLDICE LOPES E NANDA ROVERE
3 perguntas para Áldice Lopes
Ator, diretor, produtor, figurinista e maquiador. Diretor artístico do teatro Guaíra, ícone da arte paranaense, templo da cultura brasileira.
Foi Áldice quem convidou Gabriel Villela para dirigir a G2 Cia de Dança do Teatro Guaíra.
O resultado: GAG (o teatro abraça a dança nas palavras de Villela). Encontro divino. Beleza, poesia e magia.
1. Deolhonacena - O que o levou a convidar o diretor Gabriel Villela para dirigir a G2 cia de dança.
Áldice Lopes - Gabriel é um amigo de longa data. Eu já tinha trabalhado três vezes com ele e eu considero muito importante o contato da G2 cia de dança com o universo mágico desse diretor, que é um dos maiores do nosso teatro e conhece muito sobre a arte.
2. O que é GAG para você?
AL - Gag transita entre o drama e a comédia. É uma tragicomédia pela qual eu sou apaixonado e me leva para a infância, para as brincadeiras de criança e alimenta a minha grande paixão pelo teatro (pela arte).
3 - Deolhonacena - Por que as pessoas devem ir ao Guairinha prestigiar GAG?
AL - Todos precisam assistir porque é a companhia master do Teatro Guaíra, a única companhia master do Brasil. Só por isso já vale a pena. Depois, a peça é de uma beleza imensa, de muita delicadeza e emoção. Tem a assinatura do Gabriel Villela e do G2 e por isso é imperdível.
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GAG - Uma livre adaptação de Kleist sobre o Teatro de Marionetes
Por Nanda Rovere
O mundo precisa de mais "gabrieis villelas" para mostrar que a arte deixa a alma mais leve, a vida mais interessante e o nosso senso crítico apurado. A vida ganha luz porque a nossa capacidade de imaginar é estimulada.
Gabriel leva pra cena a pureza de uma criança na sua percepção do belo. Com muita, muita, beleza e poesia, provoca reflexão sobre a arte, sobre o artista e a condição humana.
Até que ponto somos donos do nosso destino. Como a arte pode nos guiar para o caminho da delicadeza.
O ator e o bailarino na sua função de contar histórias se juntam de modo primoroso. Os corpos dos bailarinos se transformam em marionetes e nos conduzem para um mundo onde reina a magia, o humor e delicadeza.
O belo e a poesia para provocar o encantamento na arte. Movimentos criativos, dramaticidade, vitalitade, eis algumas palavras que definem GAG.
A música é um elemento que reforça a magia e funciona como complemento ou condutora das cenas. A música no teatro de Gabriel Villela é sempre essencial e a trilha uma pérola.
Villela tece com amor e talento os fios que nos levam para o aprimoramento da nossa capacidade de se emocionar. Sensibilidade à flor da pele.
Resignifica sempre ideias e elementos cênicos, a cada trabalho o teatro feito pelo Gabriel Villela prova que a arte pode transformar as pessoas.As cenas parecem quadros.
Momentos lapidados por um ourives da criação teatral que não deixa a interpretação dos atores de lado, pelo contrário, contribui para que os atores, no caso os bailarinos que também interpretam, brilhe e consiga explorar em cena tudo o que precisa ser dito através de palavras, movimentos, gestos e da música. Tudo tem um sentido, um objetivo.
O cuidado estético está nos mínimos detalhes.
Com a ajuda preciosa de Ivan Andrade, o encontro entre teatro e dança, entre Villela, Andrade e a G2 cia de dança traz o frescor da arte feita com cuidado, artesania e muito talento.
Por isso, e muito mais, sempre é uma dádiva acompanhar tudo isso....
A magia do circo, do circo-teatro, da dança e do teatro se unem.
Marionetes ajudam a colocar no palco, através de metáforas, um conteúdo inspirado na gag circense “Abelha, abelhinha, me dá o mel na boquinha”, esquete conhecida do circo-teatro.
Villela que já mergulhou no universo de Pirandello através de Henrique IV e Os Gigantes da Montanha, utiliza essa obra que tem como protagonista uma trupe de teatro mambembe para falar da arte e da vida, do artista retirante que infelizmente é pouco valorizado e precisa ter muita força para sobreviver num mundo em que o amor e o valor da arte muitas vezes são coadjuvantes e a ganância tem a primazia.
A fala do bailarino sobre o seu ofício e o valor das marionetes, presente no livro de Kleist, conduz as cenas, movimentos e ações.
No palco, Artistas que não abandonaram o palco após anos de trabalho no @baleteatroguaira e provam que não existe idade para brilhar. Exímios profissionais com domínio absoluto do ofício.
Serviço:
"GAG - Uma livre adaptação de Kleist sobre o Teatro de Marionetes"
Estreia dia 8 de julho (sábado). A temporada continua nos dias 9, 14, 15 e 16 de julho. Sexta-feira (14) e sábados (8 e 15) o espetáculo acontece às 20h30, e domingos (9 e 16), às 18h
Local: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha) - Teatro Guaíra - R. XV de Novembro, 971 – Centro, Curitiba – Paraná
Ingressos:na bilheteria do Teatro Guaíra e pela plataforma DeuBalada, por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).
O ator Claudio Fontana resumiu de forma certeira a qualidade desse espetáculo:
"GAG, espetáculo de dança-teatro no Guairinha, com a G2 Cia de Dança é arrebatadoramente poético e comovente graças ao elenco, mas principalmente a @gabriel.villela e @andrade1922 .
Kleist e o teatro de marionetes são pano de fundo para uma viagem de sonhos através de titeres, cordões, elásticos e atores-bailarinos-marionetes que nos fazem refletir se é arte que nos conduz ou se nós que provocamos o nosso destino dentro dela.
Viva o @teatroguaira e seu diretores @aldicelopes e @cleversonluizcavalheiro". |