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Críticas - Teatro Adulto

Observações sobre o espetáculo A Tempestade, direção Gabriel Villela
Publicado em 24/09/2015, 09:17
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O diretor Gabriel Villela carrega o desejo de montar A Tempestade, última peça escrita por William Shakespeare, há um bom tempo, e as condições surgiram no tempo exato porque ele demonstra muita maturidade como profissional.

A maestria desse trabalho se deve a um conjunto de profissionais: o talento ímpar e a sensibilidade de Gabriel é indiscutível, mas também é preciso citar a competência da produção, dirigida pelo Claudio Fontana, do elenco e de toda a equipe.

Villela coloca a história num picadeiro, cheio de poesia. A trama mistura amor, vingança, manipulação, magia, conspirações e perdão. No elenco, estão Celso Frateschi, Hélio Cicero, Chico Carvalho, Letícia Medella, Romis Ferreira, Dagoberto Feliz, Marco Furlan, Rogerio Romera, Leonardo Ventura, Felipe Brum e Rodrigo Audi. Reunião de excelentes atores, que se encaixam perfeitamente na estética de Villela.

A ação acontece numa ilha desconhecida. Lá, Próspero (Celso Frateschi) planeja o retorno ao poder através de um plano de vingança. Ele e sua filha Miranda foram levados para o lugar à força devido a traições políticas.

Próspero tem a seu serviço Caliban, monstro e escravo, e Ariel, espírito servil e assexuado, que pode se metamorfosear em ar ou fogo.

Próspero tem poderes extranaturais, pois se dedica ao estudo da magia. Através de manipulações, idealiza o seguinte plano: invoca, com a ajuda de Caliban e Ariel, uma forte tempestade, para que ela leve para a ilha o seu irmão Antonio, que lhe roubou a posição de duque e para isso contou com a ajuda do seu parceiro, Alonso, rei de Nápoles. O seu plano dá certo e chegam na ilha Antonio, Alonso e o seu filho Ferdinando, que acaba se apaixonando por Miranda.

Cenário, adereços, objetos de cena, luz, trilha e figurinos contribuem para que a arena se transforme num picadeiro, de onde emana pura magia, com uma trilha sonora que merece atenção especial porque ajuda a transportar a história para uma ilha que pode estar localizada em qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil, Minas Gerais, ou mesmo na nossa imaginação.

Em cena, vemos o encontro entre o céu e o mar, provocando uma tempestade de sensações. A terra e o barro nos fazem mergulhar num mundo em que tudo é possível.

Nas montagens de Villela, e também no caso desse trabalho, a voz dos atores é instrumento de extrema importância. A trilha é tocada e cantada ao vivo pelo excelente elenco.

Para a criação dos personagens e execução das cenas, os atores contaram com a ajuda da italiana, antropóloga e pesquisadora da voz, Francesca Della Monica, parceira de Villela em diversos trabalhos.

Para a preparação vocal e a direção dos textos, o diretor contou com a também parceira de longa data, Babaya, que também cuidou dos arranjos vocais, e com Marco França, do grupo Clowns de Shakespeare, responsável pelos arranjos instrumentais, junto com Babaya. A dupla assina também assina a direção musical, num trabalho de muita qualidade.

Potes de cerâmica achados em antiquários servem para reproduzir a voz humana na acústica grega. A fala dos atores nesses objetos contribui para ressaltar o caráter mítico da montagem.

A presença desses profissionais faz muita diferença na qualidade dos diálogos e na hora das canções. É possível entender perfeitamente o que o ator fala e a entonação da voz expressa com perfeição a emoção que a cena exige. Além disso, o canto é belo e faz com que a poesia da encenação ganhe mais força.

No repertório da peça, estão canções populares brasileiras de domínio público, que falam dos nossos mares e rios. Além disso, algumas músicas foram escolhidas através de uma pesquisa musical feita por Babaya no CD Velho Chico.

Nas encenações de Villela, os cenários e os figurinos sempre chamam a atenção pela beleza. Além disso, são adequados porque ajudam a criar um clima onírico.

Os figurinos, em tons de terra, nos remetem ao barro, às nossas origens, e trazem como destaque os bordados assinados por Giovanna Vilela, os quais contribuem para que as roupas encantem pelo deslumbramento.

Já a cenografia traz vários objetos míticos e de magia utilizados por Próspero, além de objetos que remetem a um navio naufragado.
Gabriel é mineiro de Carmo do Rio Claro, sul de Minas, cidade famosa pelos teares e com belas paisagens, e sempre tem como inspiração as belezas e a arte de sua terra natal. Galhos de árvores, que se transformam em cajado mágico e numa cobra, por exemplo, vieram do fundo das águas da represa de Carmo.

O diretor dá, portanto, asas à sua imaginação e criatividade, assinando um espetáculo que encanta pela plasticidade e pela qualidade do elenco, que dá vida aos personagens de modo desenvolto e interpreta as canções com maestria.

Villela desperta no círculo/ilha/picadeiro/lugar encantado o nosso olhar para o belo e os nossos sentidos para a emoção e sensibilidade, numa história essencial na atualidade, porque a vingança se transforma em perdão, mostrando que respeitar e amar o próximo são as únicas maneiras de se garantir um mundo melhor.

O mundo está caótico, mas esses momentos mágicos, do teatro e de confraternização com pessoas queridas, mostram que ainda existe muita poesia no cotidiano.

Visitem: Comunidade em homenagem ao Gabriel Villela:https://www.facebook.com/groups/133795370015657/?fref=ts
Fan Page da peça A Tempestade:https://www.facebook.com/atempestade2015?fref=ts

Ficha Técnica e Serviço:
Tradução: Marcos Daud. Direção: Gabriel Villela. Figurino: Gabriel Villela e José Rosa. Cenografia: Gabriel Villela e Márcio Vinicius. Direção Musical: Babaya e Marco França. Direção de texto e preparação vocal: Babaya. Antropologia da Voz: Francesca Della Monica. Iluminação: Wagner Freire. Direção de Produção: Claudio Fontana. Produção Executiva: Francisco Marques. Realização: BF Produções. Patrocínio: AB Concessões, Sul America Seguros e 2S Inovações Tecnológicas.

Teatro Tucarena: Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes – telefone:(11) 3670-8453. Temporada: Sextas às 21h30, sábados às 21h00 e domingos às 19h00. Ingresso: R$ 50 (sex), R$ 50 e 70 (sáb e dom). Recomendado: 12 anos. Até 22 de novembro. Duração: 90min.
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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