A história cultural do Brasil é riquíssima.
Diante de tanta misoginia, ainda mais nos anos, 20, pensar em Tarsila do Amaral, é homenagear uma mulher que foi genial pintora e bem à frente do seu tempo.
Inspirado no movimento Modernista, o qual Tarsila representava, e no espírito empreendedor e questionador de todos os participantes, um grito de brasilidade, o musical traz para o palco cenário (destaque para quadros famosos de Tarsila), trilha e figurino (que revivem o espírito da época, com cores, desenhos e texturas inspirados nas criações de Tarsila, na Antropofagia, na sua admiração pelas pessoas mais simples e que mostram a sua elegância).
Nos papéis principais, Claudia Raia e Jarbas Homem de Melo, como Oswald de Andrade.
A direção é de José Possi Neto.
Valorizar a história é essencial e o teatro deve, e pode ser, um meio para que grandes artistas não caiam no esquecimento.
Talvez esse seja o musical que Claudia Raia mostre com maior desenvoltura o quanto ela é talentosa.
É uma produção que leva ao teatro quem admira a artista de TV? Também, claro, mas o grande mérito desse trabalho é falar com o público, principalmente jovem, sobre a nossa riqueza artística.
Não existe a preocupação de total fidelidade biográfica, mas respeitam, claro, a trajetória da artista e de todos que fizeram parte da sua vida.
Tarsila é nossa maior pintora e já foi homenageada em peças teatrais, TV, cinema, livros, como parte essencial do Movimento Modernista de 1922.
Em pleno 2024, a mulher sofre misoginia, violência, ainda é inferiorizada. É preciso que existam produções que promovam o respeito.
Tarsila e Oswald eram ricos, de famílias que lucravam com o café. Poderiam ter vivido sob as regras de uma tradição arcaica, mas ousaram artisticamente e tinham uma visão social além do quadrado burguês. Artistas geniais, assim como os demais que representam o Modernismo. Como é bom ver grandes atores interpretando figuras tão incríveis.
Anita Malfatti (Keila Bueno), Mário de Andrade (Dennis Pinheiro) e Menotti del Picchia (Ivan Parente), que, com Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, formaram o quinteto de modernistas que mudaram a história da arte brasileira.
Além deles, completam o elenco de 23 atores cantores: Carol Costa (Dulce/ Pagu), Liane Maia (Dona Olívia Guedes Penteado), Reiner Tenente (Luís Martins /Blaise Cendras), Estela Ribeiro (ensemble/ Tarsila do Amaral alternante), e também André Luiz Odin (ensemble), John Seabra (ensemble/ Mário de Andrade cover), Fernanda Godoy (ensemble/ swing), Fernanda Salla (ensemble), Guilherme Terra (Ígor Stravinsky/ Maestro condutor), Marcos Lanza (ensemble), Marilice Cosenza (ensemble/ Anita Malfatti cover), Matheus Paiva (ensemble), Mirella Guida (ensemble), Carol Botelho (ensemble / Dulce/Pagu cover), Rafael Leal (ensemble), Renato Bellini (ensemble), Vanessa Costa (ensemble / Dona Olívia Guedes Penteado cover), Guilherme Pereira (ensemble / dance captain).
Na equipe criativa de Tarsila - a Brasileira também estão Tony Lucchesi e Guilherme Terra (Músicas), Alonso Barros (Coreografia e Direção de Movimento), Renato Theobaldo (Cenário), Fabio Namatame (Figurino) e Dicko Lorenzo (Visagismo).
Sinopse
A história começa com a chegada de Tarsila a São Paulo, em 1922, vinda da Escola de Artes de Paris, e seu encontro com os modernistas, que daria origem ao famoso Grupo dos Cinco (Tarsila, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia) e seria o início de um tórrido romance entre ela e Oswald. A ação então passa pela efervescência e excessos dos modernistas, a vida entre São Paulo e Paris, o atribulado e concorrido atelier de Tarsila em Paris, frequentado pela nata artística da época (Pablo Picasso, Igor Stravinsky, Eric Satie, Jean Cocteau, entre outros), o “redescobrimento do Brasil” e as revoluções estéticas que culminaram no movimento Antropofágico e na criação do Abaporu, ponto máximo da colaboração artística entre Tarsila e Oswald.
A segunda parte da história começa justamente com a Crise de 1929, quando Tarsila perde toda a sua fortuna e descobre a traição de Oswald com Pagu, jovem protegida do casal. Separada de Oswald e destituída de suas fazendas, Tarsila viaja para Moscou e dá início a sua fase de pinturas “sociais”, retratando os trabalhadores brasileiros. Tarsila é presa pela polícia de Getúlio Vargas, suspeita por atividades “revolucionárias” pelo simples fato de ter ido à Rússia. Acolhida e amparada pelos amigos, Tarsila então conhece seu último amor, o jornalista carioca Luis Martins, 24 anos mais jovem do que ela, com quem viveria por dezoito anos.
Após a morte da sua filha e sua neta, da separação de Luís, e da morte de Mário, Anita e Oswald, Tarsila reflete sobre suas perdas e encontra consolo na espiritualidade – mais especificamente, na doutrina espírita de Chico Xavier. Numa epifania, Tarsila revela sua visão e renova sua convicção na Arte como possibilidade de transcendência e de encontro com as pessoas que amou e as pessoas que compartilharam do mesmo sonho, que se funde com a Retrospectiva da Semana de Arte Moderna, cem anos depois, numa grande consagração da Cultura brasileira.
EQUIPE CRIATIVA COMPLETA
Texto e Letras de
Anna Toledo e José Possi Neto
Músicas: Guilherme Terra e Tony Lucchesi
Encenação e Direção de Arte: José Possi Neto
Coreografia e Direção de Movimento: Alonso Barros
Direção Musical: Guilherme Terra
Cenário: Renato Theobaldo
Figurino: Fábio Namatame
Visagismo: Dicko Lorenzo
Realização: Oito Graus Produções e Rega Início Produções Artísticas
Idealização: Raia Produções
SERVIÇO | TARSILA, A BRASILEIRA
Dia: A partir de 25 de janeiro até 26 de maio (conferir no site todas as datas disponíveis)
Horários: Quintas-feiras, às 20h;
Sextas-feiras, às 20h;
Sábados, às 16h e 20h;
Domingos, às 16h e 20h
Duração: 2h30min
Local: Teatro Santander
Endereço: Shopping JK Iguatemi - Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Classificação etária: 8 anos, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais. |