No dia 1 de maio, feriado em comemoração ao Dia do Trabalho, a sede do grupo de Teatro de Heliópolis recebe o espetáculo-em-processo (ou a abertura de processo) Ninguém se Lembra, que é o resultado de uma residência artística com o encenador Ihab Zahdeh, cofundador do Yes Theatre de Hebron, na Cisjordânia, no contexto da 4ª edição da Mostra Internacional de Teatro de SP.
Na apresentação, será mostrado o resultado de um estudo cênico sobre o conceito de resistência. São diversos olhares que colocam em cena percepções sobre a situação social e política do país.
A escolha da sessão acontecer exatamente no dia do Trabalho, na sede de um grupo com moradores de uma comunidade e logo após uma greve geral, claro, foi proposital e dá mais força ainda à encenação.
O teatro como meio de resistência, de reflexão e também de entretenimento é celebrado artistas de diferentes origens e atividades: atores, cantores e músicos. Todos esse profissionais, no entanto, dividem as mesmas angústias e inquietações enquanto cidadãos.
Ser artista no nosso país é sinônimo de resistência diante das dificuldades para se produzir uma montagem, um show. O palco é, portanto, o lugar ideal para o encontro, a partilha e diálogo.
São 11 artistas oriundos do encontro com um diretor que sabe muito bem o significado de resistência, da luta pela cidadania e busca da identidade, pois Ihab Zahdeh é palestino e, como todos sabem, a sua terra natal sofre com a ocupação israelense. Profissionais que se reuniram em busca do aprimoramento e pela terceira vez mostrarão o resultado das improvisações cênicas que realizaram nessa união artística entre Brasil e Oriente Médio.
Vale a pena transmitir a fala do release enviado á imprensa: ¨No princípio, era a palavra: resistência. E o verbo: resistir. Resistir aos golpes maiúsculos e minúsculos, resistir individualmente ou no âmbito coletivo, resistir nos espaços possíveis – palcos e ruas, ruas e palcos, dentro e fora. Então, veio o gesto. Ou a tentativa da ação. O dolorido aprendizado do colocar-se em cena. A experiência do conjunto: comunidade, coletividade ou ambos? O corpo readquire a coragem do movimento para redescobrir-se corpo, corpus, e ativar memórias, sonhos, esperanças, imagens perdidas ou esquecidas, ou ainda subtraídas. Trata-se agora, portanto, de um ato. Mas não qualquer ato: um ato de resistência¨
Um teatro que tem como premissa o questionamento, sem deixar de lado o apuro técnico e artístico, e que merece atenção porque provoca reflexões pertinentes em um momento conturbado da nossa política.
SINOPSE
Um conjunto de artistas ocupa um teatro público prestes a ser privatizado pelo governo local. A partir dessa premissa, uma sucessão de cenas refletem os efeitos que os recentes momentos da história social e política do país causam sobre os indivíduos e a sociedade.
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Serviço:
Ninguém se Lembra
Dia 1º de maio, às 19h. Duração: 60 min.
Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho: Rua Silva Bueno, 1533, Ipiranga. Grátis (sistema: pague quanto puder).
Direção: Ihab Zahdeh
Textos e atuação: Alice Stamato, Aminah Bárbara, Cacá Toledo, Carol Angrisani, Fany Magalhães, Filipe Ramos, Jeane Doucas, Ligiana Costa, Nick Vila Maior, Rodrigo Caldeira e Rogério Guarapiran
Trilha sonora: Ligiana Costa
Autoria de "Cordão dos Democratas": Rodrigo Caldeira
Desenho de luz: Rogerio Candido
Colaboração: Maria Fernanda Vomero e Richard Santana
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