Cinema: ENTREVISTA: Chico Diaz e Silvia Buarque estão no elenco do filme Os Pobres Diabos
Para quem gosta de cinema e quer um passeio diferente, existem opções de cinema ao ar livre que acontecem temporariamente. O objetivo é ocupar a cidade de uma forma diferente e interessante.
Estreia dia 6 de julho nos cinemas
O casal de atores Chico Diaz e Silvia Buarque integram o elenco do filme Os Pobres Diabos
OS POBRES DIABOS
Direção Rosemberg Cariry
Poeta e cineasta, com ativa participação nos movimentos artísticos e literários do Ceará.
Nascido no município de Farias Brito, na região do cariri cearense, reside atualmente em Fortaleza.
Filmografia: 1986 - Caldeirão Da Santa Cruz Do Deserto;1993 - A Saga do Guerreiro Alumioso; 1996 - Corisco & Dadá;1999 - A TV e o ser-Tao; 1999 - Pedro Oliveira, o Cego que Viu o Mar; 2001 - Juazeiro, a Nova Jerusalém; 2003 - Lua Cambará, Nas Escadarias do Palácio; 2006 - Cine Tapuia; 2007 - Patativa do Assaré - Ave ou poesia; 2008 - Siri-Ará; 2013 - Os Pobres Diabos

Além de Chico e Silvia, formam o elenco: Gero Camilo, Everaldo Pontes, Zezita Matos, Sâmia Bittencourt, Nanego Lira, Georgina de Castro, Reginaldo Batista Ferro, Letícia Sousa Perna e Sávio Ygor Ramos.

Sinopse:
O Gran Circo Teatro Americano leva suas atrações ao sertão nordestino. Na cidade de Aracati, a trupe monta uma divertida peça sobre a crise no inferno. Com uma trama rocambolesca e inspirada na literatura de cordel, a atração mostra a chegada do bandido Lamparino ao inferno e, como Lúcifer, participa do capitalismo internacional. Enquanto isso, nos bastidores, amores e tragédias movimentam a vida dos artistas. No filme, Chico vive o palhaço Zeferino, amante de Creusa (Silvia Buarque).

CHICO DIAZ

É um ator que se dedica especialmente ao cinema e teatro, com participações na TV. Relatar os seus trabalhos na telona é impossível diante de tantas realizações (mais de 40 filmes). Alguns filmes entre os mais conhecidos:
1983 - Parahyba Mulher Macho (de Tizuka Yamasaki); Inocência (de Walter Lima Júnior); 1984 - Quilombo (de Carlos Diegues); 1985 - Chico Rei (de Walter Lima Júnior); 1986 - O Homem da Capa Preta (de Sérgio Rezende); 1986 - O Cinema Falado (de Caetano Veloso); 1987 - Luzia Homem (de Fábio Barreto); 1988 - Fábula de la Bella Palomera (de Ruy Guerra); 1994 - Veja Esta Canção (de Carlos Diegues); 1994 - A Terceira Margem do Rio (de Nelson Pereira dos Santos); 1996 - Corisco & Dadá (de Rosemberg Cariry) – Corisco; 1997 - Os Matadores (de Beto Brant); 1999 - O Tronco (de João Batista de Andrade); 2002 - Amarelo Manga (de Cláudio Assis; 2002 - Lua Cambará - Nas Escadarias do Palácio (de Rosemberg Cariry); 2003 - Benjamim (de Monique Gardenberg) - 2013 – Travessia; 2016 - Em nome da Lei; - 2017 - Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral.

No teatro, destaque para o monólogo A Lua Vem da Ásia, baseado na obra literária de Campos de Carvalho (1916-1998). Outro trabalho que merece atenção é O que Diz Molero, de Dinis Machado, direção: Aderbal Freire-Filho e Augusto Madeira. Raquel Iantas, Orã Figueiredo, Cláudio Mendes, Gillray Coutinho no elenco.

O artista também e pintor e já realizou exposição no Rio de Janeiro.

Sobre a importância do circo, Chico destaca que o picadeiro é fundamental porque atrai as crianças para o universo lúdico do truque, do aplauso, do riso, de um imaginário que é fundamental para qualquer formação.

¨O filme nos faz pensar sobre a arte artesanal. Para nós atores, o circo é o início de tudo porque traz a relação direta com a plateia e o desequilíbrio. O circo está sempre presente nas primeiras informações que temos sobre o fazer artístico. A arte foi se distanciando do circo e se tornando tecnológica. As pessoas estão seguras em casa brincando com aparelhos e perdemos a iminência do risco, da queda, do tapa do palhaço, do cara pegar fogo e cair da moto... Esse filme resgata que o ser humano tem de estar próximo do artista, em carne, osso e sangue¨, diz.

Segundo Diaz, o diretor Rosemberg Cariry faz uma homenagem à perseverança e à tenacidade dos artistas mambembes do Ceará, mas também dos artistas em geral.

¨Ele parece um filme pequeno por tratar aparentemente de um microcosmo, mas ele é grande e faz uma metáfora sobre a condição cultural que o nosso país está vivendo. O Rosemberg insere oportunamente no seu filme o cordel A visita de Lamparina ao inferno, que é um cordel famoso no nordeste, e que traz uma discussão política contemporânea através do circo-teatro¨.

O ator sempre teve uma relação muito próxima com o cinema e sempre faz personagens diversos (no Brasil e também no exterior). Questionado sobre como é interpretar personagens que retratam tão bem a diversidade da nossa cultura, declarou: ¨Eu me tornei um ator que faz muito cinema quando eu percebi que poderia sair dos centros urbanos e ter contato com milhares de universos, na praia, na selva, na Colômbia, na África¨, conta...

Na sua carreira, Diaz tem encontros preciosos com personagens populares. Ressalta que sempre teve interesse em cobrir o homem brasileiro em sua ampla geografia, do Amazonas até Porto Alegre, e toda a América Latina, se possível... ¨ Como artista, nada melhor do que interpretar diferentes personagens e vivenciar variadas possibilidades ligadas à psicologia e ao espírito humano. Essa sempre foi a minha intenção e está dando certo. Nunca me preocupei em estar em evidência na TV, pois o cinema e o teatro me deixam mais próximo do barro. Moldar o personagem é bem mais interessante¨, afirma.

Diaz fez questão de elogiar Rosemberg e destacar que ele tem uma quantidade incrível de material gravado relacionado ao universo das manifestações populares, documentos guardados desde os seus 19 anos de idade. ¨Ele é uma grande fonte de pesquisa. Tem material sobre o Patativa do Assaré, sobre os beatos do nordeste, sobre o reizado, sobre Canudos e sobre revoluções nordestinas de que nunca ouvimos falar¨.

Uma questão interessante sobre as gravações, que aconteceram em Aracati, é que elas se caracterizaram por um encontro entre famílias e as cenas foram criadas a partir de improvisações.

¨Esse filme tem muita poesia e emoção e foi um encontro entre famílias, e o circo é sempre formado por famílias. Ele estava com a família dele e eu estava com a Sílvia e a minha filha. Além disso, o Everaldo e a Zizita, atores do filme, são irmãos. Ficamos num hotel e recebíamos uma ideia do roteiro e indicações do que deveríamos fazer nas gravações, mas cada dia íamos lapidando a história, de uma maneira artesanal. O mais interessante é que trabalhamos com profissionais de circo e a nossa espera era muito lúdica. Enquanto não estávamos filmando, eu treinava malabares, perna de pau, arame¨, sinaliza.

Mesmo com a dificuldade de se produzir no Brasil e permanecer com os filmes em cartaz nas salas de exibição, Diaz tem realizado filmes de destaque (que, infelizmente, são pouco vistos).

Com relação a essa triste realidade, evidencia que o nicho da internet supre um pouco esse problema e, além disso, salienta que realiza trabalhos que não têm como premissa o lucro, e sim o fazer artístico artesanal.

Sobre projetos e estreias: encenará em Portugal poemas do Drummond, homenagem ao modernismo brasileiro, que estreia em 13 de setembro; Montanha Russa, de Vinícius Reis, será gravado em outubro; ainda está adaptando As Brasas para o teatro (estreia para março do ano que vem no Circuito CCBB) e Eder, A Casa do Girassol Vermelho, em Belo Horizonte.


SILVIA BUARQUE é Creusa e está em cena ao lado do marido, Chico Diaz. Irene, filha do casal, faz uma participação especial.

Na sua carreira, o teatro e a TV estiveram mais presentes, mas a atriz participou também de vários longas, entre eles: 1987 - Por Dúvida das Vias; 1988 - Mistério do Colégio Brasil; 1994 - Veja Esta Canção;1996 - Buena Sorte; 1998- Como Ser Solteiro; 1999 - Outras Estórias; São Jerônimo; 2001-O Casamento de Louise; 2012 - Gonzaga - de Pai pra Filho; Vendo ou Alugo; 2016 - Reza a Lenda.

No teatro, destacam-se os espetáculos que fez com a sua mãe, Marieta Severo, Cenas de outono, com direção de Naum Alves de Souza e Quem tem Medo de Virgínia Woolf, direção de João Falcão; Epifanias, direção Moacyr ¬Goes, Ventania, direção Gabriel Villela; Shopping e Fucking, direção Marco Ricca, Um Dia, no Verão, direção de Monique Gardenberg; Um Dia Como Os Outros e Cozinha e Dependências, direção Bianca Byington; Estranho Caso do Cachorro Morto, também com direção de Moacyr Góes. Ideia Fixa, direção de Henrique Tavares e Céus, direção de Aderbal Freire-Filho, o mais recente.

Em Os Pobres Diabos, a atriz vive Creusa, a atriz do circo que está infeliz com a sua vida, tem uma filha, mas quem cuida dela é o seu atual marido, Zeferino (interpretado por Gero Camilo). Uma relação complicada, já que a moça mantém um relacionamento extraconjugal com o palhaço Lazarino, interpretado por Diaz. Com inspiração nas lembranças dos circos itinerantes e na literatura de cordel, o filme faz uma bela homenagem ao universo circense.

Apesar de não ter tido um contato muito grande com o circo, Silvia conta que no Rio, na sua infância, chegou a ter um circo mambembe, bem pobre, instalado na zona sul do Rio! Ela também lembra de ir ao circo com o seu pai, Chico Buarque.

Em cena, a atriz canta, dança e interpreta. Além de dar vida à Creusa, integrante do circo, vive também a personagem Maria Bonita na montagem do circo-teatro que a trupe apresenta em temporada para a população do local onde está instalado.

Silvia, assim como o seu marido Diaz, ressalta a importância da participação dos artistas de circo no longa e conta que o trabalho foi intenso devido aos poucos dias para as gravações. ¨Foi uma carga horária pesadíssima. Nós gravávamos muito e nos encontrávamos depois para ensaiar a peça que acontece dentro do circo¨.

Destaca também que a convivência no set foi apaixonada e que a sua preparação para a Creusa teve foco no canto e contou com o apoio de uma coreógrafa, a qual criou as cenas de dança para a personagem.

O elenco acordava geralmente umas 5h00 da manhã para a gravação e segundo a atriz, à noite ela ainda ensaiava as cenas da Creusa com os preparadores. ¨Foi muito trabalhoso e também prazeroso¨, ¨Foi um set alegre, coeso e muito bem dirigido por Rosemberg , que conseguiu tudo com a sua doçura e sabedoria¨. elogia.

Para Silvia, participar do filme foi um desafio porque a sua personagem tem características diferentes da sua: ¨Não foi nada fácil fazer essa personagem. A Creusa é bem distante de mim, na vulgaridade, no mau humor, na ¨falta de noção¨. Ela quer viver num castelo, é grosseira, sedutora, não cuida da filha. Ela é muito egoísta. O Rosemberg se arriscou muito ao me convidar para fazer a Creusa e estou muito feliz com o resultado¨, salienta.

Neste sentido, Creusa é uma personagem que reflete a trajetória de uma atriz que na sua carreira viveu personagens diversificados, o que nunca foi uma busca, mas as oportunidades foram surgindo. ¨Tenho a sorte de não ter um estigma. Talvez pelo meu rosto que se encaixa em muitas personagens, em 30 anos de carreira eu não fiquei carimbada por nada e isso é muito bom¨, avalia, sinalizando que nunca tinha feito uma nordestina.

A atriz destaca também que o lançamento do filme acabou acontecendo no momento certo e que mesmo com o desmonte social e cultural que estamos vivendo, o cinema é uma atividade que, por ter crescido muito nos últimos anos, consegue uma boa receptividade.

Por outro lado, Silvia faz questão de colocar em evidência a crise, sobretudo na área teatral, em que a sua experiência é maior (sempre deixou muito clara as suas opiniões sobre a nossa política): ¨As dificuldades nessa área estão muito grandes: ¨Os teatros estão fechando. Está muito difícil se fazer teatro. É um ato heróico. Viver de Teatro no Rio de Janeiro está impossível e a classe não é muito unida, apesar de uma resistência forte¨.

Fiquem ligados, após Os Pobres Diabos, Silvia e seu marido, Chico Diaz, farão o filme Montanha Russa. Diaz comentou sobre esse novo trabalho, mas não contou que eles farão um casal em fase de separação.





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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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