TEATRO
Acompanhe o melhor do teatro adulto e infantil! As principais estreias nos palcos estão aqui.
Não deixe de ler as matérias e críticas.

Entrevistas e dicas de espetáculos

O Imaginai de Gabriel Villela emana com maestria na sua 50ª direção teatral.- Henrique IV, de Pirandello
Publicado em 09/05/2022, 12:00
34
Facebook Share Button
Como a própria definição do teatro de Gabriel sugere, e por mais que ele tenha na cabeça a ideia clara da arte e da criação própria que deseja transmitir, o emanar do IMAGINAI de Gabriel fornece ao espectador as asas da liberdade para que todos viagem num universo lúdico.
Além da diversão, que também é o papel do teatro, o espetáculo oferece aos espectadores instrumentos cênicos para que eles estabeleçam reflexões e análises que têm como premissa o diálogo dos textos encenados com o nosso tempo presente.
Escrever aqui palavras que apresentam o conteúdo da peça de Pirandello e as suas conexões com o mundo atual não é essencial, porque publicarei todas as críticas na página GABRIEL VILLELA, O TEATRO DA DELICADEZA, mas preciso explicitar algumas sensações, reflexões e emoções sobre essa montagem, que traz a luz da energia do encontro (presencial) entre ator/espectador, diretor/elenco/equipe, espectadores e artistas na plateia e os encontros e conversas no saguão do teatro.
A trama : Um nobre cai do cavalo e perde a consciência. Ele estava vestido de Henrique IV para um baile de carnaval, mas como perdeu a consciência, acredita ser o rei alemão por anos a fio. Uma encenação de corte é criada e um mundo de mentiras ganha ares de realidade. Ele, num dia qualquer, recupera a memória e quer se vingar porque acredita que fôra vítima de uma tentativa de assassinato.
Outros personagens são Matilde, que fôra sua paixão, a sua filha, Frida, um suposto amigo, Belcredi, que se torna amante da marquesa Matilde, e mais um médico armam uma farsa para tentar descobrir se o nobre recuperou a memória ou continua louco.
Num emaranhado de situações, a certeza não aparece jamais. Algumas falas e atitudes desse homem podem sim indicar que a sanidade voltou a emanar, mas também existem indicações de que a loucura permanece e a sanidade é apenas fingimento.
A mente e os seus mistérios, o que é verdade, o que é mentira, o que é ser louco e ser "normal"?
Complicado obter uma definição precisa num mundo em que muitas pessoas estão presas a mascaras, seja por imposições da sociedade ou para conseguir louros com farsas...
Pirandello cria um novelo cheio de emaranhados que são desfeitos a partir de monólogos do protagonista sobre as máscaras que carregamos e como viver num mundo encenado muitas vezes é mais prático e lucrativo do que enfrentar o cotidiano nu e cru.
Tudo leva a crer que a memória voltou, mas um incidente grave faz com que o protagonista tenha que viver eternamente no mundo da corte fantasiosa e assim a ficção toma conta definitivamente do seu cotidiano.
Viver num mundo ilusório e sem prejudicar o próximo pode ser muito interessante, mas o doce sabor da vida é também conseguir transpassar as barreiras que o dia a dia nos oferece.
Henrique IV é uma obra que cai como uma luva no universo criativo de Villela, que explora com genialidade as dualidades presentes no texto, e que ganha uma tradução excelente de Claudio Fontana.
Com a tradução e a direção, a compreensão da narrativa é facilitada.
Quem conta a trama criada por Pirandello é uma trupe de teatro mambembe, de circo-teatro, e no picadeiro criado por JC Serroni a magia se faz presente.
Lindo, criativo, atual. Um presente para todos nós que amamos o teatro.
Uma ode ao teatro de qualidade, com beleza e poesia. Humor, reflexão e a oportunidade de estar na sala de espetáculos depois da necessidade de reclusão.
Ainda é tempo de precaução. Levem álcool gel, máscaras e quando entrarem no teatro o encantamento emanará.
#imaginai
Ainda estou impactada com a estreia e preparando o coração para rever um espetáculo que dialoga muito com os nossos dias.
A vida de Henrique IV é encenada por uma trupe mambembe. O metateatro. Fantasmas permeiam a cena e nos fazem lembrar a peça Os Gigantes da Montanha, de Pirandello, que Gabriel Villela dirigiu e tinha o Grupo Galpão em cena.
Picadeiro, música que ajuda a tecer a história, beleza e muita criatividade.
Gabriel dirige com a alma de um artista que valoriza, e muito, o talento dos seus atores e equipe; tem uma imaginação sem limites, um conhecimento muito amplo da arte e um respeito absoluto à palavra.
Corram pra ver. É o teatro na sua essência. O teatro que nos faz rir, chorar, um colírio para os olhos, figurino belíssimo, cenário de uma singeleza ímpar e uma trilha sonora interpretada de forma brilhante pelo elenco. As cenas musicais ajudam a contar a saga de Henrique e são momentos de puro encanto.
A montagem é um remédio para o coração. A arte provando a sua importância como diversão, aprimoramento do conhecimento e do senso crítico, o teatro = esperança de dias melhores.
A luz de Caetano Vilela ressalta a dualidade realidade/imaginação e a cena final, com exu e a luz vermelha emoldurando todo o palco, é das criações mais especiais do imaginai de Gabriel Villela.
É muito gratificante ver novamente o teatro lotado e os aplausos calorosos.

Os atores e seus personagens:
Chico Carvalho é HENRIQUE IV, o protagonista que luta pelo amor da marquesa Matilde da Toscana (Rosana Stavis), que o trai com o barão Tito Belcredi (André Hendges). Ao lado de Henrique (ou Enrico), para auxiliá-lo, estão os camareiros Oração (Artur Volpi) e Sonho (Breno Manfredini) e, na tentativa de curar sua loucura, o doutor Genani (Hélio Cícero). Completam a lista de personagens Frida (Regina França), filha da marquesa, e Carlo Di Nolli (Rogerio Romera).

Todo o espetáculo que Villela dirige é preciso rever. Cada cena com um primor! Uma vez é pouco porque é muita criatividade da direção, competência de toda a equipe e interpretações de atores de muito talento também.
O Imaginai do Gabriel Villela é assim: são tantas as possibilidades de reflexões e encantamento! Quanto mais assistimos, mais descobrimos detalhes mínimos, com muitos significados, para deleite.
Pensando sobre tudo isso, já no início da peça fica a questão: até que ponto Henrique IV é manipulado e até que ponto ele manipula os outros?! Para entender essa questão, assistam ao espetáculo!
Genial!

“É conveniente a alguns que considerem certas pessoas como loucas para terem a desculpa de mantê-las presas. Sabe por quê? Porque é difícil escutar o que os loucos dizem.”
Trecho de “Henrique IV”

“Confiar nas pessoas, isso sim é loucura! Estas roupas são para mim uma representação clara e voluntária desta encenação diária, da vida! E a vida nada mais é que uma mascarada contínua, de cada minuto, de que somos os palhaços involuntários e quando, sem saber, nos fantasiamos daquilo que pensamos ser.” Trecho de Henrique IV

“Pobre daquele que não sabe usar a sua máscara”

Sinopse curta: HENRIQUE IV é uma obra-prima do dramaturgo Luigi Pirandello. Aqui, Pirandello explora os limites entre a loucura e a lucidez a partir da estória de um homem que, após uma queda do cavalo e uma pancada na cabeça, vive (ou finge viver) o personagem que representava em uma festa de carnaval.

Ficha Técnica
“Henrique IV“
Autor: Luigi Pirandello
Tradução: Claudio Fontana
Direção, adaptação e figurinos: Gabriel Villela
Elenco: Chico Carvalho, Rosana Stavis, Hélio Cícero, André Hendges, Regina França, Rogerio Romera, Jonatan Harold, Breno Manfredini e Artur Volpi.
Cenografia: J C Serroni
Iluminação: Caetano Vilela
Diretores Assistente: Ivan Andrade e Douglas Novais
Direção Musical, canto e arranjos vocais e instrumentais: Babaya Morais e Jonatan Harold
Assistente de Figurinos: José Rosa
Adereços de arte: Jair Soares Jr
Costureira: Zilda Peres
Maquiagem: Claudinei Hidalgo
Fotografia: João Caldas Fº
Assistência de Fotografia: Andréia Machado
Diretor de Palco: Tinho Viana
Operador de lua: PH Moreira
Camareiras: Ana Lucia Laurino e Maria Helena Arruda
Produção Executiva: Augusto Vieira
Direção de Produção: Claudio Fontana
Apoio: Só Dança

Serviço

Henrique IV
Texto de Luigi Pirandello e direção de Gabriel Villela. Com Chico Carvalho, Hélio Cícero, Rosana Stavis e elenco
Estreia dia 28 de abril de 2022, quinta-feira, às 21h
*Sessão de 1/6, às 15h
Temporada até dia 5 de junho
Quinta a Sábado, às 21h
Domingos e feriados, às 18h
*Sessão de 1/6, às 15h
Teatro Antunes Filho – Sesc Vila Mariana
Classificação: 14 anos

Ingressos: disponíveis online ou em qualquer unidade do Sesc no Estado de São Paulo.

*Obs.: Desde 8 de fevereiro de 2022, os responsáveis pelas crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante de vacinação dos menores com ao menos a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. Já para maiores de 12 anos é necessário apresentar o comprovante de vacinação com no mínimo duas doses ou a dose única da vacina. O comprovante pode ser físico ou digital e deve ser mostrado juntamente com o documento com foto. É recomendável o uso de máscara, cobrindo nariz e boca, durante toda a permanência na unidade.

Sesc Vila Mariana | Informações
Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana - São Paulo
Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante agendamento).
Bilheteria: terça a sexta, das 9h às 20h30; sábado, das 10h às 18h e das 20h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h.
Estacionamento: R$ 5,50 a primeira hora + R$ 2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). R$ 12,00 a primeira hora + R$ 3,00 a hora adicional (outros). 125 vagas.
Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas
Informações: 5080-3000

Clique nas imagens para ampliar:



DE OLHO NA CENA ® 2015 - Todos os Direitos Reservados
. . . . . . . . . . . .

DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

CRISOFT - Criação de Sites ® 2005
HOME PAGE | QUEM SOU | TEATRO ADULTO | TEATRO INFANTIL | MULTICULTURAL | CONTATO
CRÍTICAS OPINIÕES CINEMA
MATÉRIAS MATÉRIAS SHOWS
ESTREIAS ESTREIAS EVENTOS