Guiada pelas perguntas de Pedro Leão, com intervenções dos (teles)espectadores, Lydia falou de sua trajetória como bailarina, como chegou no Grupo Galpão (pelas mãos de Gabriel Villela); falou dos seus projetos pessoais e disse que a sua formação no ofício de atriz foi no grupo.
Também abordou as experiências como diretora.
Contou que gosta de se envolver no processo de criação e por isso sempre chega cedo aos ensaios e nos dias de apresentações. Aprecia observar e absorver tudo do ambiente.
Respondendo a uma questão do ator e produtor Claudio Fontana sobre como é o seu processo de criação, se por ser bailarina pensa primeiro no trabalho de corpo, Lydia disse que isso é inevitável, mas que é muito intuitiva também.
Sobre dirigir, Lydia gosta de ser assistente para acompanhar a interação do diretor com a equipe. Assim não tem toda a responsabilidade em suas mãos e pode relaxar no trabalho.
Foi assistente de Gabriel Villela em Auto da compadecida. Segundo Lydia, Gabriel leva o ator para o espírito do espetáculo e isso a encanta muito.
Quando o ator chega para ensaiar já existe um trabalho pronto de criação de figurino e de escolha das músicas.
Villela conduz todos os elementos da criação, como cenário, maquiagem, luz e figurinos, de forma integrada. Quando o ator começa a interpretar o texto, portanto, já está impregnado pela atmosfera do trabalho.
Contou que em Os Gigantes da Montanha, de Luigi Pirandello, por exemplo, um mês antes do início dos ensaios, Gabriel levou para BH o ateliê com mesas e cadeiras, as quais foram usadas depois no cenário.
¨Gabriel é um mago, um Cotrone¨, elogiou.
Quem acompanha o Galpão sabe que o grupo tem em seus espetáculos uma relação encantadora com a música, os atores cantam e tocam instrumentos.
Lydia, que é filha de músicos, quando entrou para o grupo (em A Rua da Amargura, direção do Villela, para substituir Simone Ordones Lemos que estava grávida), só sabia tocar flauta. No decorrer dos anos foi aprendendo a tocar outros instrumentos e começou a cantar.
Fez questão de agradecer a colaboração preciosa de Babaya Morais, Fernando Muzzi, Ernani Maletta e Francesca della Monica pelos trabalhos que realizam com a voz e, no caso de Muzzi, com os instrumentos e arranjos.
Claro que a pergunta batizada de "claudio fontana" não faltou: Teatro é live?
Para Lydia, não é! Live é louvável no momento em que estamos vivendo, mas "teatro é o lugar da presença. Faz falta estar com o outro". Além disso, ela sente falta da conversa após o espetáculo, de sair depois para jantar e conversar. Sente falta do compromisso de ter que dormir cedo, se cuidar, para a "sessão do dia seguinte" e/ou para os ensaios.
Outra questão que sempre está presente nas entrevistas de Leão: Por qual motivo uma pessoa precisa ir ao teatro?
Lydia afirma que " teatro é um encontro único". Um momento em que o mundo fica em outro lugar e estamos conectados com a magia da cena. A mágica relação entre ator e espectador só acontece no teatro.
E finaliza: "o teatro é a arte do encontro. É mágico".
Para ver toda a entrevista:
@oficialpedroleao
https://www.instagram.com/tv/CFisLnBAqMp/?igshid=w0eq585vyfc4
-Claudio Fontana disse que Lydia está entre nossas maiores atrizes. É completa porque canta, dança e toca instrumentos.
Gabriel Villela ressaltou o seu lindo trabalho como " fantasminha" no espetáculo Os Gigantes da Montanha.
E hoje tem:
Roberto Birindelli às 21h.
Claudio Tovar às 22h. |