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Entrevistas e dicas de espetáculos

Eduardo Moreira e Inês Peixoto, do Grupo Galpão, entrevistam Gabriel Villela
Publicado em 06/09/2020, 22:00
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Eduardo Moreira e Inês Peixoto, do Grupo Galpão, entrevistam Gabriel Villela

Para quem acompanha a trajetória do Grupo Galpão, de Gabriel Villela, e ama o teatro.
Histórias da criação de três excelentes espetáculos, Romeu e Julieta, A Rua da Amargura e Os Gigantes da Montanha, entremeadas pela trajetória do Galpão e Villela, que se conheceram pelos Festivais do Brasil e conquistaram o público com trabalhos memoráveis.

¨O Galpão sempre vai dar certo porque cada um é um tipo muito importante absoluto dentro do grupo¨. Gabriel Villela

¨O Galpão é uma potência atômica, uma força revitalizante. Um milagre¨. Gabriel Villela

¨Uma sorte cruzar na minha vida com Gabriel. Um presente que a vida me deu¨. Inês Peixoto

¨União de Gabriel Villela: disseminadora do teatro no Brasil profundo; um mergulho no Brasil profundo com sofisticação¨, Inês Peixoto e Eduardo Moreira, ressaltando que muita gente decidiu fazer teatro após assistir aos espetáculos do grupo.

ROMEU E JULIETA
1992

Gabriel Villela destaca que o seu encontro com o Galpão foi ¨um desabrochar para a cultura popular brasileira, um encontro com a estética popular, com os arquétipos, a mineirice e com a riqueza dos mitos arraigados em Minas Gerais”.
Eduardo Moreira, por sua vez, destacou que foi muito especial a ideia de Villela usar a Veraneio como cenário de Romeu e Julieta, uma decisão que o diretor tomou antes ainda de decidir qual texto encenar.
A Veraneio, as pernas de paus dos atores, que atuam numa trave de 2 metros de altura, o cancioneiro popular, o linguajar próximo ao universo de Guimarães Rosa - e a magia se fez presente: a lua e o céu abrilhantando a história de Romeu e Julieta.
Inês Peixoto ficou encantada pelo teatro de Villela quando assistiu a Vem buscar-me que Ainda sou Teu, (1990), e disse que trabalhar com ele no Galpão foi um imenso presente.
Gabriel queria um encontro com as suas raízes e sair da capital. Foram ensaiar em Morro Vermelho, distrito de Caeté, em frente a uma bela igreja barroca de Nossa Senhora de Nazaré.
Eram hospedados pelo padre e todos os dias os ensaios aconteciam com a presença de moradores, muitos deles vendo teatro pela primeira vez na vida.
O Grupo Galpão sempre faz o registro de todas as suas realizações e toda a conversa é ilustrada por vídeos preciosos.
Gabriel narra com a sua habitual fala com poesia os momentos em Ouro Preto, a estadia em Morro Vermelho, o barro, o chão, a abóboda do céu... e muitas histórias de um espetáculo que encantou o Brasil, encantou Londres por três vezes (duas delas no Globe Theatre, templo de Shakespeare em Londres).
Assistam ao vídeo para desfrutarem dos relatos sobre o sucesso na terra do dramaturgo). A peça foi apresentada em Dresden, na beira de um rio na Venezuela, entre tantos e tantos lugares.
A aplicação do barro, do reboco das paredes, no figurino, as cores de Van Gogh e as cores de Minas; o cenário especial, os instrumentos e o estudo do Galpão e o imaginai de Villela fizeram deste espetáculo um dos grandes acontecimentos da história do teatro.
Romeu e Julieta – goiabada com queijo feito com a alma do interior do Brasil - por isso encantou plateias mundo afora.
Um modo único de encenar a obra tão famosa do bardo através de um teatro litúrgico e festivo com muito apuro (o que também ocorreu em A Rua da Amargura) .

¨Não tínhamos dinheiro, mas tínhamos um tempo imenso para fazer teatro¨. Gabriel Villela

Durante uma viagem a Ouro Preto, houve um acidente e a Julieta Wanda Fernandes faleceu. Um momento de dor que fez com que Villela tivesse pulso firme para guiá-los no próximo trabalho.

A RUA DA AMARGURA
14 passos lacrimosos sobre a vida de Jesus(1994)

O grupo e o diretor tinham várias ideias, mas a decisão pela A Rua da Amargura ocorreu porque é uma história que fala de amor e dor. Um texto rebuscado, difícil, mas que Villela e Galpão transformaram em uma obra-prima.
Gabriel pensa no chão em que o ator vai pisar, e nesse trabalho o piso é de espuma, como se os personagens caminhassem na areia do deserto.
Um mergulho no circo-teatro que Villela ama e conhece profundamente. O belo e o ¨mau gosto¨ típico desse gênero (e maravilhoso) numa união perfeita. A ressurreição no palco e na vida, especialmente para Eduardo (Jesus), que era marido de Wandinha.
Pela primeira vez na vida do grupo conquistou patrocínio (a peça estreou no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro).
Para Villela, dois momentos desse espetáculo são sublimes e diz muito do que é uma parceria entre ator e diretor.
Eduardo trouxe da Espanha uma mala que ele encontrou e o diretor fez questão de usá-la em cena.
O artista Mário Márcio criou uma maquete de Jerusalém. Numa das cenas mais lindas do nosso teatro, Jesus chora sobre Jerusalém.

OS GIGANTES DA MONTANHA
Mais um encontro mágico com o Galpão. Um texto inacabado de Luigi Pirandello e a delicadeza de Villela.
Uma história que conversa com o realismo fantástico e coloca atores falidos de uma companhia em contato com uma cidade de fantasmas – e as pessoas ficam fascinadas, especialmente as crianças. ¨Parece que Pirandello tomou ácido para escrever o texto”, disse Eduardo Moreira.
Um dos destaques, pontuados por Moreira foi a pesquisa de música italiana que é o trunfo da trilha sonora, além da ideia de levar a obra para a rua.
Grupo Galpão levando multidões para a rua – 8000 espectadores na Praça do Papa em BH, e também em BH 12000 no Parque Ecológico da Pampulha.
Para Villela foi uma alegria fazer esse espetáculo, o qual significou uma declaração de amor ao Galpão e, na sua opinião, a sua maturidade enquanto diretor (que entrava em cena com a música Fascinação, na voz de Elis Regina).
O diretor ressaltou que esse espetáculo evidencia que teatro se faz com loucura e magia. “É a matéria-prima que eu quero para o meu trabalho e que deve ser também a do Galpão¨.

Inês e Eduardo questionaram Villela sobre a quarentena, como está lidando com o isolamento e a arte.
¨A arte está maltratada porque o artista tem o dom de tornar a ¨mentira verdade¨ e a ¨verdade mentira¨, e os governantes têm sede de pular na jugular dos artistas por não aceitarem esse nosso poder¨, avaliou o diretor.
Villela tem um pensamento otimista. Crê que temos dois vírus para combater, o Corona vírus e a política com características neofacistas, mas enxerga uma luz nas trevas.
Inês e Moreira questionaram o diretor sobre qual seria o futuro trabalho, sinalizando o interesse de que ele ocorra.
Gabriel Villela disse que tem vontade de se debruçar nos clássicos pós pandemia, e que já tinha o projeto de estreia de Henrique IV, de Luigi Pirandello, para agosto, com produção de Claudio Fontana, mas com a pandemia o espetáculo teve que ser adiado.

Para saber o trabalho que gostaria de realizar com o Grupo Galpão, assistam a essa entrevista que faz uma viagem por momentos importantes do nosso teatro.

Clique nas imagens para ampliar:



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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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