COSTURANDO O FIGURINO
Com Márcio Vinicius, cenógrafo e figurinista, amigo e artista de muito talento.
Integra a programação do IV Festival Nacional de Teatro de Teatro de Passos/MG.
Para assistir a live do Márcio:
https://m.youtube.com/watch?v=BmyH6Qfhzr8
Para ver a programação completa:
https://www.festivalteatropassos.com/
Mais um profissional que conheci através de Gabriel Villela e Claudio Fontana e que realiza trabalhos incríveis.
No decorrer da live ele fala sobre Gabriel.
Ver o trabalho do Gabriel foi "um orgasmo. Um Prazer". Esse é o teatro que eu quero, com estética cenários e figurinos preciosos e atores incríveis", diz
Márcio começou a live homenageando os teatreiros que estão lutando para que a arte tenha sempre luz, ainda mais nesses tempos sombrios. Fez uma homenagem aos figurinistas e em especial à máquina de costura - a sua paixão.
"Figurino é a pele do ator que não pode aparecer mais do que o intérprete".
"Teatro é uma consagração"
Márcio Vinicius
O artista falou sobre a sua trajetória, influências e modo de criação.
Uma conversa para quem ama e faz teatro.
Em Manaus:
Contou que começou a fazer teatro no interior, mas que em Manaus conseguiu se dedicar livremente à arte.
A maior referência de sua permanência na cidade foi Chico Cardoso, amazonense que hoje cria para o boi Garantido.
Foram 10 anos de aprendizado, inclusive com experiência de criação para o boi Caprichoso, que muito o enriqueceu no seu ofício no teatro.
São Paulo:
Em 2000 chegou em São Paulo para fazer o curso de cenografia no espaço do José Carlos Serroni, o seu primeiro grande mestre da criação de cenário e figurino na capital paulista.
Só pensava em ser assistente de grandes artistas, mas foi o início de parcerias e realizações solos, primando sempre por um trabalho artesanal. Um artista sensível e talentoso que conquistou merecidamente o reconhecimento.
Encontro com Gabriel -mais um mestre essencial na sua carreira.
Foi assistir a Ópera do Malandro, direção do Gabriel, no TBC, que assinou os figurinos com Leopoldo Pacheco, (cenário do Serroni) e ficou encantado com o que presenciou. Até então ele não conhecia o trabalho de Villela "Um orgasmo. Um Prazer. "Esse é o teatro que eu quero, com estética cenários e figurinos preciosos e atores incríveis", diz Marcio sobre o diretor, cenógrafo e figurinista mineiro.
A parceria com Gabriel teve início em 2003, com o Auto da Liberdade em Mossoró, criações de cenários e adereços.
"Com Gabriel descobri uma estética e comecei a ter maior liberdade para criar e descobrir linguagens", conta.
"É um frisson a troca com Gabriel", elogia.
Depois surgiram oportunidades para trabalhos solos e a parceria com Gabriel teve como resultado trabalhos memoráveis - Auto da Liberdade, já citado, Fausto Zero com viagem a Praga, Crônica da Casa Assassinada, Hécuba, Macbeth, Um Réquiem Para Antonio, A Tempestade, os últimos cinco espetáculos com produção de Claudio Fontana.
Vale dizer que foi na época de Fausto que Marcio comprou os seus primeiros livros sobre cenografia, em Praga - antes criava somente através de experimentações.
De maneira interessante e com algumas imagens, Marcio explorou nuances das suas criações e disse que gosta de colocar "a mão na massa" junto com as costureiras:
"Ao colocar a mão no figurino, coloco coloco a mão também na minha história", destacou.
Também citou a importância do trabalho conjunto entre direção e toda a equipe de criação. A luz ele considera como elemento essencial para dar visibilidade ao figurino. Um ator experimentar o seu figurino é essencial para a garantia da qualidade e para ajustes necessários.
Márcio fez respondeu perguntas sobre o trabalho de figurinista e fez questão de frisar a importância do estudo, sobretudo da cultura popular, e também da mitologia, da costura..." é preciso estar atento a tudo". OBSERVAR SEMPRE E PERGUNTAR.
Apaixonado por moda, indicou pesquisas sobre Dior e Mestre Molina.
"QUEM FAZ ARTE SE INSPIRA NO MUNDO"
No final da live disse que um momento especial, na quarentena, dentro da sua profissão, foi ter vestido os atores/cantores que alegraram um pouco os pacientes do Hospital Emílio Ribas.
"A arte alcança tudo. Isso vai passar, mas se a gente fizer arte, tudo vai voltar mais rápido".
Márcio Vinicius
Aguns trabalhos, além dos já citados com o Gabriel:
Maria Peregrina, direção Maurílio Romão em Passos/MG.
A Valsa de Lili e Lampião e Lancelot, direção Debora Dubois.
Doroteia direção Miló Martins;
Divinas Palavras dos Satyros, direção Rodolfo García Vázquez.
Era uma vez um rio, direção Lavínia Pannunzio, entre muitos outros.
Também citou Telumi Helen e Namatame como profissionais que admira. |