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| TEATRO | ||||||||
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| Entrevistas e dicas de espetáculos | ||||||||
| Live com Chico Carvalho realizada por Pedro Leão | ||||||||
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CHICO CARVALHOBATE-PAPO COM PEDRO LEÃO "O ator é um ser perigoso porque modifica a realidade... É um ser público que defende ideias que podem transformar as pessoas". "A arte existe porque a vida basta". Chico Carvalho .... Palavras do ator e produtor Claudio Fontana - "O ator brilhante é aquele que surpreende a plateia a cada instante: esse é o Chico. É o Rubens Correa da nova geração. Vê-lo em cena é transformador". Para Pedro Leão: "Chico coloca o teatro num lugar de esperança". .... Live guiada por Pedro Leão Obs: por motivos técnicos, a live está aquivada no @chicocarvalho O bate-papo: O ator Claudio Fontana elogiou a potência da voz do Chico: "parece que engoliu um microfone". Esse comentário de um excelente ator, que produziu e já esteve em cena com Chico em Estado de Sítio e Boca de Ouro, direção de Gabriel Villela, e produziu também Peer Gynt e A Tempestade, também com direção de Villela, impulsionou o bate-papo. Chico declarou que não sabe de onde vem essa força na sua voz. Frisou que o trabalho de um ator, na sua visão, começa pela voz, pela palavra: " O que me interessa a princípio é o que o autor diz". "Falar o texto e a palavra reverberar com os colegas de palco é o que mais me interessa", complementou. Neste sentido, para Chico o texto é o mais importante e depois vem o trabalho de todos os profissionais de criação do teatro. Chico também afirmou que a formação do ator é essencial para a construção de uma carreira sólida: " é a busca pela inteligência (pelo conhecimento) que é um tempo lento e de introspecção". Para Chico, o ator tem que estudar para defender o seu papel, para defender a ideia de um autor e diretor. Pedro Leão elogiou os posts opinativos do Chico, textos consistentes e interessantes, mas que geram também mensagens de censura, muitas vezes até desrespeitosas. Chico, um ávido leitor e questionador, disse que sem humor não dá pra se viver e por isso as suas falas na internet são bem-humoradas e irônicas. "O MUNDO TEM QUE SER COLOCADO DE PONTA CABEÇA PARA SER SUPORTÁVEL" - CHICO CARVALHO Muitas vezes Chico também é criticado pelo seu jeito introspectivo. Como resposta, ele disse que curte estar com os amigos, mas curte também a solidão. ATOR=solidão que pode ser reverberada com força expressiva. Claro que Chico exaltou a direção de @gabriel.villela, com quem trabalhou nos espetáculos citados acima, salientando o valor de sua raiz popular e circense. Citou a magnitude do Romeu e Julieta, com o Grupo Galpão, pela magia do encontro com o espectador e por Gabriel compreender que Shakespeare é universal, e por ser universal é também brasileiro " ele é Artur Azevedo, ele é Dercy Gonçalves . Detalhou a sua experiência profissional com o diretor em A Tempestade, interpretando o personagem Ariel (vejam a live para conferir o intessante relato do encantamento do público). Chico assinalou que Villela é um diretor que prima pela poesia e faz com que o ator se vista com o personagem que encanta a plateia através do seu corpo, voz e da palavra. Segundo Chico, Gabriel Villela acessa o imaginário presente na cabeça das pessoas e por isso o seu trabalho é de tanta qualidade. Ressaltou que Villela e Fontana resgatam a ideia de uma trupe que carrega a poesia, leva a lona nas costas e faz a maquiagem; é um espetáculo cerimonioso, liturgico e que provoca orgulho no artista. Destaca que sempre foi de imenso valor contracenar com atores experientes e novos talentos nas montagens do diretor. Também afirmou que um grande artista como Villela merecia ser amparado pelo Estado, pois consolida um trabalho de identidade cultural através da valorização da nossa cultura popular. Apesar de já ter dirigido excelentes espetáculos com a Cia do Bife, assinando a dramaturgia, Chico se considera um ator que realiza trabalhos com profundidade, que primam pela qualidade cênica. Foi professor dos excelentes atores na escola de teatro Célia Helena e a troca pedagógica com os alunos o instiga, a sala de aula o instiga. Disse que só consegue participar de trabalhos pautados por pesquisas consistentes. Por esse motivo, não investiu na carreira de ator de TV. (Quem o conhece, vale dizer, sabe que a possibilidade de fama nunca o atraiu). Chico tem grande paixão pelo seu ofício e acredita que estamos numa situação complicada, com pessoas defendendo um presidente facista como o Bolsonaro, porque perdemos a noção do quanto o artista é potente. "Se fossemos mais teatrais, estaríamos num campo mais civilizado", afirmou. Para finalizar a conversa, o assunto foi Ricardo III, que Chico interpretou no espetáculo dirigido por Marcelo Lazzaratto, trabalho pelo qual recebeu (merecidamente) o Prêmio Shell de Melhor Ator. Ricardo III é um bufão e por isso pode fazer o que quiser com a plateia. Mesmo sendo um ser maligno gera empatia através de ações inimagináveis - vejam a live para entender como foi um excelente trabalho. Breno Manfredini: "Todo mundo, todo ator, deveria ter aulas com o Chico!! Revolução cênica". Mardecilios: "Eu me apaixonei pelo Chico em cena em Boca de Ouro". Obs: O último trabalho de Chico foi no espetáculo Erêndira - A Incrível e Triste História da Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada, no ano passado. Direção Marco Antonio Rodrigues. Teatro Popular do Sesi/SP. |
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