As últimas apresentações serão nos dias 19 e 20 de setembro, além das sessões normais
Com direção artística Fernando Nitsch e musical Miguel Briamonte na direção, o texto de Aimar Labaki foi escrito por encomenda da atriz Silmara Deon.
A atriz vive a heroína francesa num trajetória épica que inspira coragem, há mais de 500 anos. Ela incomodou a igreja e a sociedade machista.
O público acompanha o seu julgamento inquisitório e a peça condensa os últimos quatro meses de vida da heroína, a partir de sua captura e do confronto com o inquisidor Pierre Cauchon, interpretado por Rubens Caribé.
Aimar Labaki explica que não é exatamente a história de Joana D'Arc que a peça apresenta, mas a forma como é espelhada por outros olhos, principalmente os de seu inquisidor. “Esse é um processo político, mas também um julgamento íntimo que deflagra uma crise íntima; a crise de fé de Cauchon. E se tornou metáfora do processo de mediação de cada um de nós para viver o cotidiano, acreditando em algo superior para resolver as questões”, comenta o autor.
“Como seria essa mulher?”, questiona Silmara. “O fato de ela ser uma santa da igreja católica, além de não haver nada que comprove sua aparência real, fez com que a sua imagem fosse sempre comparada à de uma jovem angelical, frágil e ingênua, cujos feitos seriam ordens divinas, desconsiderando sua determinação, inteligência e ações. Sua história é muito próxima dos clássicos da dramaturgia mundial. A personagem Joana D'Arc, de 19 anos, transcende todos os padrões de biótipo e idade, possibilitando uma grande liberdade de interpretação”, comenta.
Segundo a atriz, a proposta de seu projeto é estimular um diálogo sobre a condição da mulher nos dias de hoje, sem julgamentos ou críticas, para fortalecer nas pessoas o sentido de equidade. “Ao apresentar Joana quando as relações de poder serviam somente aos homens e suas instituições, a peça expõe a importância da aceitação e do entendimento das questões sobre gêneros e suas evolutivas sociais”, comenta. Para se proteger de possíveis retaliações inglesas, não sofrer abusos e pela praticidade na função de soldado, a heroína cortou os cabelos e se vestia com roupas masculinas, contrariando as regras estabelecidas e sua natureza feminina quando, pelas normas da Igreja (detentora do saber das “leis de Deus”), as mulheres serviam unicamente para casar, cuidar dos afazeres domésticos e ter filhos. “Olhando para esse passado distante, transportamos-nos para os dias de hoje ao ver os acontecimentos mundiais de intolerância e violência contra a mulher”, finaliza Silmara Deon.
Ficha técnica
Texto: Aimar Labaki
Direção: Fernando Nitsch
Direção musical: Miguel Briamonte
Elenco: Silmara Deon, Rubens Caribé, Ricardo Arantes, Rafael Costa, Yorran Furtado, Jerônimo Martins, Decio Pinto Medeiros e Mario Luiz.
Coro: Bruna Alimonda, Carol Cavesso, Giovana Cirne, Jamile Godoy, Maísa Lacerda e Priscila Esteves.
Músicos: Bruno Monteiro (piano) e Leandro Goulart (guitarra)
Assistente de direção: Isabel Oliveira
Assistente de direção musical: Carol Weingrill
Cenografia: Marisa Bentivegna
Iluminação: Wagner Pinto
Figurinos: Daniel Infantini
Coreografia de lutas e preparação corporal: Mario Luiz
Preparação e coreografias do coro: Katia Naiane
Fotos: Bob Sousa
Identidade gráfica visual: Rosane Andrade / Inquieto Art Studio
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção executiva: Paloma Rocha e Regilson Feliciano
Direção de produção: Silmara Deon
Realização: Nossa Senhora da Produção
Serviço
Espetáculo: O Julgamento Secreto de Joana D’Arc
Temporada: 26/7 a 20/9 - quartas e quintas, às 20h
Sessões extras: 19 e 20 de setembro, às 22h
Ingressos: R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia). Moradores da Bela Vista (com comprovante de residência): R$ 20,00.
Bilheteria: 1h antes das sessões. Aceita cartões de débito e dinheiro.
Vendas antecipadas: www.compreingressos.com.br (tel: 2122-4070).
Duração: 100 min. Classificação: 16 anos. Gênero: Drama musical.
Teatro Oficina (350 lugares)
Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista, SP/SP.
Tel: (11) 3106-2818. http://teatroficina.com.br/
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