A peça de Arthur Miller mostra atualidade ao falar de temas pertinentes ao mundo de hoje
A peça de Arthur Miller é uma tragédia contemporânea que traz uma história que parece ter sido escrita hoje.
A montagem, com direção de Zé Henrique de Paula, conta com elenco formado por Rodrigo Lombardi, Sergio Mamberti, Antonio Salvador, Bernardo Bibancos, Gabriel Mello, Gabriella Potye, Patricia Pichamone e William Amaral.
Na trama, ambientada em Nova Iorque e, narrada pelo advogado Alfiere ( Mamberti), o público acompanha a história de um casal de imigrantes italianos – Eddie Carbone ( Lombardi), um trabalhador das docas do Brooklyn, e a dona de casa Beatrice. Eles criam a sobrinha órfã de Beatrice, a jovem Catherine.
A vida transcorre sem aparentes percalços até a chegada de dois primos italianos de Beatrice, Marco e Rodolfo, que estão imigrando ilegalmente para os Estados Unidos. A questão do sonho americano é debatido a partir de sérios conflitos que acontecem com a chegada desses personagens.
Eddie valoriza a honra, que é um dos grandes pilares da trama, como a maior riqueza de um homem. É um estivador que tem uma rotina simples, com uma educação deficitária e, por esse motivo, sem grandes oportunidades de subir na vida.
A chegada dos primos italianos abre novas possibilidades para a vida e ele não sabe como agir diante dessas possíveis mudanças. A fragilidade humana é colocada em discussão.
O diretor Zé Henrique de Paula frisa que o autor fala de imigração, identidade, desejo, solidariedade social e a fidelidade, temas que estão inseridos em um código de honra que se entrelaça com a intolerância e com pulsões de amor e morte existente no núcleo familiar. Para ele, são problemas atemporais e que por esse motivo falam diretamente com o mundo de hoje.
¨É importante trazer uma peça que trata de vários assuntos contemporâneos, com a formação de uma equipe com dedicação integral ao projeto. É um momento feliz da minha carreira¨, diz.
O convite para dirigir Um panorama Visto da Ponte, portanto, foi recebido com muita alegria. ¨Um projeto importante e audacioso, diz. Artur Miller tem uma escrita sofisticada que está no panteão dos grandes escritores contemporâneos. Uma trama que fala de imigração, relacionada com economia, geopolítica e com o sonho americano.¨, complementa, o diretor.
Rodrigo Lombardi substituiu Zé Henrique em Urinal, musical de sucesso de público e crítica e que garantiu ao diretor o merecido reconhecimento pelo seu trabalho. Desde então, eles sentiram uma grande empatia um pelo outro. ¨Comungamos dos mesmos princípios do fazer teatral, diz o ator.
Lombardi destaca a humanidade do texto como o seu maior trunfo. Destaca que a obra de Artur Miller não vai envelhecer nunca porque fala de relações humanas e trata de assuntos que qualquer um de nós pode vivenciar. ¨Quando você lê o texto, a identificação é imediata¨, avalia.
Segundo Lombardi, a maior riqueza da peça é que ela proporciona diversos olhares sobre a mesma história: ¨se você assisti-la oito vezes, que é a quantidade de personagens do texto, você vera um espetáculo diferente; a compreensão será diferente de acordo com a ótica de cada personagem¨.
O ator faz questão de citar que o colega de palco Sergio Mamberti é uma das pessoas mais importantes da história do nosso teatro ¨Ele tem um coração que as pessoas precisam conhecer a fundo. Ele tem uma energia de garoto. É Apaixonante observara paixão de Sergio pelo teatro¨, conta.
Em 1959, o Teatro Brasileiro de Comédia, montou a peça com Leonardo Villar, Miriam Mehler, Nathália Timberg e Sérgio Britto no elenco. Sérgio Mamberti, que assistiu ao espetáculo na época, declara: “que o artista é uma antena que está sintonizada com o seu tempo e sempre tive convicção de que precisávamos remontar esse texto”.
Na opinião de Mamberti, Um panorama visto da ponte é um clássico porque permanece atual e tem um conteúdo que pode ser compreendido facilmente mesmo tratando de assuntos de suma relevância.
Mamberti e Lombardi fazem questão de salientar a direção precisa e cuidadosa de Zé Henrique de Paula, que proporcionou aos atores segurança na construção dos seus personagens. Acrescentam que a fisicalidade da peça nasceu através de improvisações nos ensaios (oportunidade rara nos dias de hoje).
A temporada no Teatro Raul Cortez será de 4 meses e todas as apresentações serão seguidas de bate papo entre elenco e plateia. Em 2019, a peça segue em turnê nacional.
Ficha Técnica
Texto: Arthur Miller
Tradução: José Rubens Siqueira
Direção: Zé Henrique de Paula
Assistente de direção: Ines Aranha
Elenco:
Rodrigo Lombardi (Eddie Carbone)
Sergio Mamberti (Alfiere)
Antonio Salvador (Marco)
Bernardo Bibancos (Rodolfo)
Gabriel Mello (Oficial da imigração)
Gabriella Potye (Catherine)
Patricia Pichamone (Beatrice)
William Amaral (Louis)
Cenário: Bruno Anselmo
Figurinos: Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Trilha Original: Fernanda Maia
Fotografia: Ale Catan
Produção e Design Gráfico: Cadão
Assessoria de Imprensa: Morente Forte
Comunicação Digital: Agência Lema
Coordenação de Comunicação: Fernanda Couto
Coordenação Financeira: Cleo Chaves
Produção Executiva: Daniel Palmeira
Direção de Produção: Carlos Mamberti
Produtores Associados: Rodrigo Lombardi, Kiko Vianello e Fernanda Couto
Realização: Geradora Teatral e Mamberti Produções
Apoio: Porto Seguro
Patrocínio: Vivo
Serviço
Teatro Raul Cortez – Fecomércio (513 lugares)
Rua Dr. Plínio Barreto 285 – Bela Vista
Informações: 3254.1631
Bilheteria: terça a quinta das 15h às 20h; sexta a domingo a partir das 15h. Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque. Ar condicionado e acesso para cadeirantes. Estacionamento do teatro: R$ 23
Vendas: www.ingressorapido.com.br
Sexta às 21h30 | Sábado às 21h | Domingo às 18h
Ingressos:
R$ 80
Duração: 100 minutos
Recomendação: 14 anos
Gênero: Drama
Estreia dia 03 de Agosto de 2018
Temporada: até 25 de Novembro
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