“CARGAS D’ÁGUA – UM MUSICAL DE BOLSO” FALA DO ENCONTRO ENTRE AS CULTURAS MINEIRA E NORDESTINA
30 de Abril de 2018 0
SÃO PAULO – O musical Cargas D’Água – Um Musical de Bolso, de autoria de Vitor Rocha, busca promover uma viagem ao sertão mineiro e o nome ¨de bolso¨ se refere a sua curta duração (90 min), ao uso de poucos elementos cênicos e também à presença de poucos atores em cena. A estreia é domingo, 29, às 15 horas, na Cia da Revista. As sessões acontecem aos domingos até 27 de maio.
Na trama, um menino perde a sua mãe e tem que conviver somente com o seu padrasto. Acaba esquecendo o seu nome por ser sempre chamado de moleque.
A sua vida sem graça ganha motivação quando ele faz amizade com um peixe e ele decide levar o seu amigo para conhecer o mar, contornando o Brasil adentro.
Nessa aventura, o personagem encontra amizades, dissabores e aprende a lidar com os percalços da vida, perdendo o medo dos homens. Acaba conhecendo uma trupe de artistas e começa a se enveredar pelo mundo da arte.
No palco, os jovens atores Ana Paula Villar como Pepita, André Torquato como Moleque e Vitor Rocha como Charles. Como swings: Gustavo Mazzei e Victória Ariante, que também assina assistência de direção.
Cargas D’água apresenta dez músicas autorais, de Vitor Rocha e Ana Paula Villar com produção musical de Paulo Altafim. Os atores cantam ao vivo, mas não existe banda no palco – todos os arranjos foram gravados e mixados em estúdio.
Para divulgar o musical, a equipe realizou uma coletiva no Espaço Cia da Revista, com uma recepção regada a quitutes famosos da culinária mineira, como o famoso pão de queijo e Romeu e Julieta (goiabada com queijo).
A atriz Ana Paula Villar, que entre outros trabalhos participou do musical Urinal, de Zé Henrique de Paula, e de My Fair Lady, com direção de Jorge Takla, destaca que é um grande prazer participar de um musical genuinamente brasileiro onde ela pode compor as músicas em conjunto com o ator e dramaturgo Vitor Rocha. ¨Um musical com muita poesia que fala sobre os medos do ser humano¨, pontua.
O encontro com Rocha aconteceu através do musical Casusbelli, também de autoria de Vitor, quando a atriz se propôs a ajuda-lo no projeto com o objetivo de mostrar que é possível realizar um projeto sem grandes aparatos financeiros. A ideia é falar da cultura brasileira, sem desrespeitar a base do teatro musical norte-americano, mas apresentando uma linguagem que valorize a raiz brasileira do elenco.
Vitor Rocha, mineiro de Jacutinga, estreia a sua segunda peça na capital paulista, a primeira foi Comitiva esperança, em 2016, também de sua autoria, mas sem a assinatura da trilha sonora.
O artista conta que sempre teve muita vontade de criar uma história ambientada no interior e abordando a amplidão do país. ¨Tenho muita admiração por Minas Gerais e pelo Nordeste, e quis juntar as culturas dessas localidades através de uma viagem pelo Brasil e de um espetáculo com poucos recursos cênicos, que pudesse acolher as pessoas como acontece geralmente no interior¨, diz.
¨A ideia da trama surgiu a partir da pergunta do quê o mineiro poderia buscar numa viagem, e aí veio a resposta óbvia: o mar. Foi assim que criei a história da jornada desse moleque, que é livremente inspirada na vida do meu irmão e num artigo que falava sobre os medos dos seres humanos¨, conta , sinalizando que o texto foi finalizado no decorrer dos ensaios, onde as canções eram compostas a partir do texto e das cenas criadas.
Para finalizar a conversa, Rocha declarou a sua paixão pela culinária mineira, que é um dos maiores símbolos, na sua opinião, da riqueza da cultura brasileira: ¨A comida mineira está muito presente no texto e nas músicas. Desde a primeira cena já citamos o pão de queijo e ao longo da trama falamos do doce de leite e da goiabada, por exemplo, usando metáforas e também de outras formas¨.
O ator André Torquato acabou de voltar de um período de estudos sobre teatro musical nos Estados Unidos, estava buscando um trabalho e ficou encantado com a possibilidade de fazer parte do elenco de um musical autoral e brasileiro.
Conta que leu o texto no avião, na vinda de Nova York para o Brasil, e de cara se emocionou com o seu conteúdo. ¨ É importante o aumento de musicais autorais e brasileiros, que não sejam realizados por grandes produtoras, para que o desejo de montar mais espetáculos nesse formato reverbere em mais artistas. Ao falamos da nossa cultura no palco ocupamos um lugar diferente no coração de quem faz e de quem assiste¨, opina.
Para finalizar a conversa, o ator ressalta o ineditismo desse trabalho e acredita que o público vai se surpreender com a simplicidade e a profundidade do espetáculo. ¨Ele retrata a diversidade do nosso país, formado por um mix de culturas¨.
Ficha Técnica:
Idealização e Texto: Vitor Rocha
Letras e Músicas: Ana Paula Villar e Vitor Rocha
Direção: Vitor Rocha
Assistência de Direção: Victória Ariante
Direção musical e arranjos: Hector de Paula
Produção Musical: Paulo Altafim
Harmonizador: Walter Amantéa
Cenário: Elefante na Lata
Fotos e Vídeos de Divulgação: Tomaz Quaresma
Elenco: Ana Paula Villar, André Torquato, Gustavo Mazzei, Victória Ariante e Vitor Rocha
Músicos: Beatriz Schmidt, Cauê Brisolla, Fernando Bastos, Gabriel Fabbri, Hector de Paula, Ivo Vatanabe
Serviço:
De 29 de abril a 27 de maio
Todos os domingos às 15h
Espaço Cia da Revista
(Alameda Nothmann, 1135 – Santa Cecilia, São Paulo – SP)
R$60,00 inteira e R$30,00 meia (diante a apresentação de documento)
Os ingressos podem ser adquiridos no local do evento uma hora antes.
Duração: 90 minutos |