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ENTREVISTA COM O DIRETOR SERGIO MÓDENA - Em setembro, vai estrear o musical Garota de Ipanema, no Teatro Opus
Publicado em 10/09/2017, 02:00
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O ator, diretor e dramaturgo, Sérgio Módena tem se destacado na cena teatral carioca e para São Paulo já trouxe diversos trabalhos.

Em setembro, dia 22, vai estrear o musical Garota de Ipanema, no Teatro Opus. O espetáculo está recheado de canções que marcaram um dos movimentos mais importantes da música popular brasileira e traz no elenco Marcelo Várzea, Andrea Marquee, Cláudio Lins, Eduarda Fadini, Myra Ruiz, Fabi Bang e Nicola Lama.

O musical, que é dividido em quatro partes, mostra a história do movimento, as suas influências, curiosidades, as criações dos artistas e o sucesso pelo mundo.

Entre os destaques da trilha sonora: Samba de uma nota só (Tom Jobim e Newton Mendonça), Ela é carioca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), Samba da minha terra (Dorival Caymmi), O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), Chega de saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), Minha namorada (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), Samba de Verão (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), Mas que nada (Jorge Ben), entre outras.

O artista é Bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp e é também formado pela École Philipe Gaulier em Londres, onde realizou especializações em Shakespeare, Tchecov e Melodrama.

Seus trabalhos mais recentes como diretor são: Estes Fantasmas, de Eduardo De Filippo; Janis, de Diogo Liberano e interpretação de Carol Fazu; Os Vilões de Shakespeare, de Steven Berkoff e solo, com Marcelo Serrado; O Último Lutador, com Stênio Garcia e texto de Marcos Nauer e Teresa Frota.

Outras direções: Esse Vazio, Juan Pablo Gómez (em colaboração com Patrício Aramburu, Nahuel Cano e Alejandro Hener); Como me tornei um estúpido, livre adaptação da obra de: Martin Page; Ricardo III de William Shakespeare (com Gustavo Gasparani); A Arte da Comédia, de Eduardo De Filippo; Bossa Novinha – A Festa do Pijama e Sambinha ambos musicais de Ana Velloso; A Revista do Ano – O Olimpo Carioca, musical de Tânia Brandão; As Mimosas da Praça Tiradentes, musical de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche, Cine-teatro Limite, de Pedro Brício e o show Paletó de Lamê – Os grandes sucessos (dos outros).

Adaptou o conto O Soldadinho de Chumbo, de H. C. Andersen, para o espetáculo O Soldadinho e a Bailarina, com Luana Piovani e direção de Gabriel Villela.

Módena fala sobre a sua trajetória e sobre a concepção de Garota de Ipanema em uma nova versão, já que Bossa Nova em Concerto, que ficou em cartaz no Rio, trazia um elenco menor, com um roteiro diferente, assim como outra equipe criativa.

Com certeza, mais uma realização que vai chamar a atenção de quem gosta de teatro e especialmente de musicais.

Visitem o site do artista para ver o currículo completo: https://www.sergiomodena.com.br/

ENTREVISTA COM SERGIO MÓDENA

NANDA ROVERE - No Rio você tem se dedicado a muitos trabalhos um atrás do outro, como diretor, escrevendo também. Como driblar as dificuldades?
SERGIO MÓDENA - Trabalho muito mais dirigindo do que escrevendo. Não me considero um dramaturgo, mas um diretor que às vezes se atreve a escrever. Em relação a driblar as dificuldades, eu poderia responder pensando em dois aspectos: o artístico e a produção. Artisticamente, os desafios de um diretor são muitos, pois o ato de criação teatral exige uma grande disciplina, total prontidão, sensibilidade, disponibilidade e senso coletivo. É preciso estar em total comunhão com o ator, o autor, dialogar com eles em diversos níveis, além de fazer a ponte com toda a equipe de criação. Mas é disso que eu gosto, poder conceber a linguagem de um espetáculo, descobrir os caminhos por onde uma determinada obra poderá se tornar artisticamente atraente e contundente. No que diz respeito à produção, os desafios são enormes, especialmente nesse período de crise intensa que vivemos, onde é preciso lembrar sempre à sociedade e aos nossos governantes que cultura é, sim, fundamental para a coletividade. Esse é o momento em que devemos acreditar que o teatro resiste. Muitos irão gritar, nos xingar, nos desafiar. Mas eles passarão. O teatro irá permanecer.

NR - E existe diferença pra você entre dirigir musical ou texto tradicional?
SM - A grande diferença é o modo de organização do ensaio. Em um musical, eu divido horas do ensaio com coreografia e direção musical. São três frentes diferentes que coexistem e precisam inspirar umas às outras. Mas no que diz respeito ao meu modo de conceber o espetáculo não muda nada. Não faço nenhuma distinção.
NR - Li que você já dirigiu 18 espetáculos. Qual o balanço que você faz de sua trajetória como diretor e dramaturgo?
SM - Sinto que estou começando. Há ainda todo um mundo para se descobrir no que diz respeito à criação teatral. Estou aprendendo a cada espetáculo, buscando novos caminhos. Não gosto de me repetir, pois acredito que é a obra teatral que me dá os caminhos e os meios para se chegar numa poética da cena. É sempre uma folha em branco e eu não posso ter um rascunho por trás baseado em outras coisas que já fiz. Talvez, por isso, o fato de meus espetáculos serem muito diferentes entre si é algo bastante comentado. Até aqui verifico isso: Uma vontade cada vez maior de descobrir novos caminhos. O que permanece sempre como elemento de unidade dos trabalhos é o foco no ator. Sem ele não chego a lugar algum.

NR - No momento está em cartaz Os Vilões de Shakespeare, com o Marcelo Serrado. O que você destaca desse trabalho? Tem previsão para passar por SP?
SM - O que mais gosto nesse espetáculo é que ele realmente aproxima o grande público da obra de Shakespeare. Na estrutura narrativa criada pelo autor Steven Berkoff, o público encontra trechos de sete grandes obras do dramaturgo inglês, sempre acompanhados de um comentário e reflexão de um narrador um tanto iconoclasta e irônico. Entre os vilões, estão: Iago, Ricardo III, Macbeth, Shylock, Coriolano, Oberon e Hamlet. Sim, Hamlet, algo inusitado e surpreendente para essa lista, correto? Mas a lógica do narrador mostra ao público o porquê dele estar ao lado de vilões tão grandiosos. O espetáculo é na verdade um grande bate papo sobre Shakespeare e sua dramaturgia. Muitas pessoas que assistiram ao espetáculo ficaram com vontade de conhecer mais sobre as peças citadas. E isso me deixa muito feliz.

NR - E claro, Bossa Nova em Concerto e agora Garota de Ipanema... Quais as diferenças entre o musical que esteve em cartaz no Rio e o que veremos em SP?
SM - Estamos indo para São Paulo com um elenco maior, um roteiro com mais canções, uma produção mais encorpada e uma nova equipe criativa. Uma das coisas que mais gosto nesse trabalho é que o formato dele transita entre o show teatral e o musical. Há procedimentos cênicos de ambos. A dramaturgia é muito mais uma narrativa de histórias saborosas sobre a Bossa Nova do que uma ação dramática (com personagens fictícios), fazendo a ligação dos números musicais. Esse formato, um tanto dúbio, um tanto sinuoso como linguagem, que passeia por ambos os formatos me agrada demais. Além disso, tenho um elenco de atores-cantores que me emocionam a cada ensaio.

NR - Você escuta Bossa Nova? O que te chama mais a atenção com relação às canções e com relação também à época?
SM - Sim, escuto desde que sou adolescente e frequentava meu colégio, onde tinha diversos professores apaixonados pelo melhor da MPB. É uma invenção musical absolutamente brasileira e prescinde de uma simplicidade e sofisticação enormes. Há um despojamento linguístico para traduzir essa nova visão de mundo que era a dos "bossa novistas". Eles criaram uma nova forma de cantar, mas também de entender o mundo e se relacionar com ele.

NR - Foram realizadas pesquisas, como foi o processo de criação, escolha do elenco e equipe?
SM - Sim, o pesquisador musical Rodrigo Faour fez uma grande seleção de canções e foi encaixando nos quatro blocos temáticos que eu criei para o roteiro. A partir daí, ele foi me trazendo histórias fundamentais para se entender a evolução do gênero. Algumas delas eu criei uma brincadeira com os personagens, uma pequena ação dramática. Mas a maiorias delas continua em sua forma de narrativa. E esse é o grande charme desse musical show. Em relação à equipe, me considero muito bem acompanhado. Tenho um elenco com vários grandes talentos do musical brasileiro e uma equipe criativa dos sonhos. Além disso, quero destacar o trabalho de produção da Aventura Entretenimento, que é primoroso, profissional e respeitoso. Esperamos conquistar São Paulo.

NR - Vi que você vai dirigir HOSPÍCIO É DEUS, da obra de Maura Lopes Cançado, dramaturgia de Pedro Brício, com Maria Padilha (estreia), em Belo Horizonte; AINDA ESTOU AQUI, da obra de Marcelo Rubens Paiva, dramaturgia de Newton Moreno, com Lilia Cabral, no Rio de Janeiro. Já pode adiantar algo sobre esses trabalhos?
SM - Nanda, sobre esses espetáculos pode dizer apenas que estamos num período de estudo ainda. Mas serão realizados em 2018!

Ficha técnica
Texto - Rodrigo Faour e Sergio Módena
Direção - Sergio Módena
Direção musical - Delia Fischer
Coreografia - Roberta Serrado
Cenário - André Cortez
Figurino - Kika Lopes
Desenho de som - Carlos Esteves
Iluminação - Wagner Antonio
Elenco:
Andrea Marquee
Ariane Souza
Eduarda Faidini
Fabi Bang
Myra Ruiz
Claudio Lins
Marcelo Varzea
Nicola Lama
Tadeu Freitas
Jhafiny Lima
Músicos:
João Taubkin - baixo
Rafael Naine - guitarrista/violonista
Bruno Tessele - bateria
Heberth de Souza – pianista regente

SERVIÇO
Estreia: 22 de setembro
Local: Teatro Opus - Shopping Villa Lobos
Endereço: Avenida das Nações Unidas, 4777 - Alto de Pinheiros
Horário: Sexta-feira – 21h30 / Sábado – 21h / Domingo – 20h30
Pelo site: www.ingressorapido.com.br
Preços:
Sexta e domingo: VIP – R$ 140,00 | Plateia – R$ 110,00 | Balcão – R$ 50,00
Sábado: VIP – R$ 160,00 | Plateia – R$ 130,00 | Balcão – R$ 50,00
Duração: 90 minutos
Classificação etária: Livre
Até 10 de dezembro


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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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