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Entrevistas e dicas de espetáculos

Entrevista: O talentoso Luiz Araújo integra o elenco do musical Alegria, Alegria
Publicado em 20/05/2017, 02:00
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Luiz Araújo é ator, cantor, locutor, apresentador, formado pela Escola de Arte Dramática (EAD/USP).

Na televisão, o artista participou da minissérie Dalva & Herivelto- Uma Canção de Amor, de Maria Adelaide Amaral, na Rede Globo de Televisão, e acabou de participar da novela Carinha de Anjo, do SBT.

No teatro musical, entre as suas participações estão Zorro – O Musical; O Primo Basílio – O Musical, Lisbela e o Prisioneiro e Hoje é dia de Maria, ao lado de Ligia Paula Machado; Tieta do Agreste – O Musical (no qual foi indicado a melhor ator de musicais pelo Prêmio Qualidade Brasil), Lado B - Mudaram As Estações, Sessão da Tarde, Rapsódia dos Divinos, entre outros.

Trabalhou com os diretores Dennis Carvalho, Roberto Lage, Wolf Maya, Bia Lessa, Daniel Herz, Celso Frateschi, Renato Borghi, Zé Renato, José Possi Neto e Gabriel Villela (Mania de Explicação e Hécuba).

No momento, está em cartaz com o musical Alegria, Alegria, que faz uma homenagem À Tropicália, movimento dos anos 60 que teve Caetano Veloso e Gilberto Gil como os seus principais representantes.

Luiz canta músicas ícones do período e está ao lado de um elenco encabeçado por Zélia Duncan e formado por artistas de diversas origens: atores, cantores e bailarinos. Elenco: Josi Lopes, Laura Carolinah, Luana Zenun, Nay Fernandes, Pamella Machado, Stephanie Serrat, Talitha Pereira, Bruno Fraga, Daniel Caldini, João Felipe, Luiz Araujo, Marcos Lanza, Patrick Amstalden, Cadu Batanero e Ingrid Gaigher.

A direção é do renomado Moacyr Goés, que tem a sua maior atuação no teatro na cidade do Rio de Janeiro, local em que reside, e também tem trabalhos realizados na TV e cinema.

Nessa entrevista, o artista fala sobre a sua participação no musical, que nas suas palavras ¨ é um espetáculo para mostrar que através do amor conseguimos mudar e não podando o pensamento das pessoas¨. Também conta um pouco sobre a sua trajetória profissional e o seu processo criativo.


ENTREVISTA;

Nanda Rovere - Qual a importância de se fazer um musical sobre a Tropicália nos dias de hoje?
Luis Araújo - O movimento não ficou ultrapassado, pelo contrário. Para quem vier assistir vai ser um sinal de alerta para entender um pouco do que já vivemos e do que estamos vivendo agora. Não estamos numa ditadura, mas estamos passando por outro tipo de censura, talvez tão cruel quanto e através das redes sociais. Isso não leva a lugar nenhum. Esse espetáculo acontece num momento delicado e esse título Alegria, Alegria é um espetáculo para mostrar que através do amor conseguimos mudar e não podando o pensamento das pessoas.

NR - Como é ser dirigido pelo Moacyr Góes?
LA - Nunca tinha trabalhado com ele. Era uma vontade porque admiro muito o trabalho que ele realiza. Foram ensaios intensos, durante dois meses. O Moacyr é um diretor muito generoso. Ele deixou o ego em casa e o seu objetivo foi construir o espetáculo, fazer todo mundo ficar feliz e contar a história de maneira plena e verdadeira. O clima sempre foi muito bom. Se tivéssemos qualquer dúvida, podíamos parar o ensaio para perguntar. A cada final de ensaio ele conversava com o elenco para ver se se existia algum incômodo ou dúvida...Estou felicíssimo com esse trabalho.

NR - Como você entrou para esse musical?
LA - Foi através de testes. Não conhecia ninguém da produção e mandei o meu currículo. É uma situação extremamente desconfortável, mas ao mesmo tempo faz parte do meu trabalho. Eu já faço testes desde o meu primeiro ano como ator profissional, para comerciais e teatro. Depois de muitos anos, Alegria, Alegria foi o primeiro espetáculo que fiz através de teste. Fazia uns cinco anos que eu só participava de produções teatrais como convidado, como o Hécuba e Mania de Explicação, com direção de Gabriel Villela, e os musicais da Ligia Paula Machado. Fico muito feliz quando sou convidado e isso é uma conquista de uma dedicação contínua, um prestígio que conquistei trabalhando.

NR - Você está em cena com artistas muito talentosos e cada um com uma identidade impressionante.
LA - Cada artista veio de um lugar. O Moacyr escolheu um elenco diverso para que quando a gente se juntasse formássemos um grande coro, mas nos solos cada um mostra a sua personalidade, a sua ¨alegria, alegria¨. Isso é genial porque muitos diretores moldam os atores.

NR - E interpretar um repertório tão rico, especialmente Caetano, que como o diretor Moacyr Góes pontou é o artista central desse musical?
LA - Cantar Caetano é um presente, uma dádiva. Alegria, Alegria celebra os 50 anos da Tropicália, tem alguns textos, mas é um grande show. A grande estrela do espetáculo é a música (a história é contada através dela). Eu canto Domingo no Parque, do Gilberto Gil, um solo que me deixa muito feliz; canto também A Voz do Morto, que é a única canção que Caetano fez questão que entrasse no repertório porque quando o diretor Moacyr Góes foi falar com ele e com a Paula Lavigne sobre a sua ideia de fazer esse musical, a Paula disse que Caetano só fez uma pergunta: Se teria A Voz do Morto, que é uma canção muito especial e muito importante no repertório. Por esse motivo, Moacyr incluiu a música (que faço num quarteto). Canto também É Proibido Proibir, outro presente. Um desafio foi interpretar um trecho de Haiti porque é um rap, está sendo um aprendizado. Como sou ator que faz muitos musicais, canto um pouco de tudo, mas nunca tinha cantado rap na vida. Faço trechos de outras composições também.

NR - Na sua trajetória no teatro musical, você faz mais musicais brasileiros do que estrangeiros, correto?
LA - Sim, faço com muito orgulho. Eu adoro os musicais de fora, comecei a minha carreira inclusive fazendo Grease. No futuro posso fazer outro musical estrangeiro, mas talvez pelo meu tipo físico e meu foco de carreira, a minha identificação é com os musicais brasileiros. Na hora de cantar na minha língua eu consigo me comunicar mais, me expressar mais.

NR - Você já era familiarizado com a Tropicália antes de fazer esse musical?
LA – No meu segundo ano do curso de teatro que fiz no Teatro Augusta, eu tinha 14 anos, eu participei de um espetáculo que falava sobre a Tropicália. Lá que eu comecei a conhecer as músicas, viver esse universo e conhecer mais profundamente a nossa história. Muita gente não conhece esse momento, esse recorte que traz o Golpe militar e a censura. Muitas pessoas ouvem essas músicas hoje em dia, Tropicália que estava na abertura da novela das oito, por exemplo, não têm a menor ideia do que elas significam e também não vão buscar informações. Para mim, enquanto ator e cantor, é essencial saber o que o compositor quis dizer. Estou revivendo as canções da Tropicália e, como estamos vivendo um momento delicado no nosso país, as interpreto com muita paixão.

NR - Tem alguma canção que te emociona de modo especial?
LA – Uma canção linda chamada Maria Bethânia, quem interpreta é a Stephanie. É uma música em inglês que o Caetano fez quando estava exilado e que fala da saudade que ele tinha de seu povo. Imagina alguém tirar você daqui, tirar você da sua família e te levar para um lugar que não é a sua cultura?!...por esse motivo, me sinto extremamente tocado com essa música.

NR - Fale um pouco da sua trajetória profissional.
LA - Faço teatro desde os 13 anos e sou formado pela EAD. Foi na EAD que eu me afirmei como artista. Meu primeiro grande trabalho foi Grease e o Evangelho Segundo Jesus Cristo, com direção de José Possi Neto, também foi importantíssimo na minha carreira. Acabei de gravar Carinha de Anjo, no SBT. Depender só de musical ou só de televisão não é possível, não dá para sobreviver. Sou locutor, apresentador, faço novela quando me chamam, faço musical, se pintar um texto teatral que me troque profundamente faço também. Dou muita importância para cada trabalho, para cada meio de comunicação, e assim é mais fácil ter as portas sempre abertas para trabalhar.

NR - Sempre pensou em unir a atuação e o canto?
LA - Eu sempre cantei. Desde o meu primeiro curso de teatro já viram que eu tinha uma voz bacana e me puseram para cantar. Nunca tinha pensado que poderia unir a atuação com a canção; quando percebi isso fiquei muito feliz. Teve um momento da minha carreira que até me aventurei a fazer um show solo, o Pelo Avesso, que trazia novos arranjos para canções da Elis Regina e era só voz e piano. Foi uma loucura da minha parte, mas é um show que está na minha gaveta e quero apresenta-lo novamente.

NR - Na hora da criação dos personagens, há diferença quando você está atuando num musical ou participando de um espetáculo de outro gênero?
LA – O meu grande objetivo quando vou criar um personagem, seja televisão, teatro ou cinema, é buscar o percurso que ele faz e sempre buscar a verdade. Se não tenho certeza do que estou falando, não consigo fazer cena alguma e não consigo cantar nada. Tenho que ter propriedade do que estou fazendo para que o público que está me assistindo consiga se emocionar, refletir e se divertir.

NR - Algo que queira acrescentar?
LA - Quero convidar todo mundo para assistir Alegria, Alegria. Um espetáculo importantíssimo de se ver nesse momento. Você assistir a um espetáculo chamado Alegria, Alegria num momento tão complicado, que fala dos anos 60, fala da Ditadura, é um alerta para mostrar que é necessário começarmos a agir. Não precisamos, necessariamente, participar de uma manifestação (isso também é importante), mas se começarmos a agir dentro da nossa casa, com a nossa família e no nosso ambiente de relações, já conseguiremos alguma transformação. Algo precisa acontecer nesse momento de tantas denúncias de corrupção e ficar somente acusando os políticos não nos leva a nada. Temos que mudar nossas atitudes nas pequenas coisas. No nosso cotidiano podemos cometer pequenos atos de corrupção sem perceber e temos que perder isso, senão o nosso Brasil não vai para frente.

Vale a pena ler a matéria publicada para divulgar a estreia de Alegria, Alegria
Musical ¨Alegria, Alegria celebra os 50 anos da Tropicália - Com roteiro e direção de Moacyr Góes, o musical tem como grande destaque a presença da cantora Zélia Duncan:
http://www.deolhonacena.com.br/index.php?pg=3a2b&sub=199#linha

Ficha Técnica:
Roteiro e Direção: Moacyr Góes
Direção de Movimento e Coreografia: Alonso Barros
Direção Musical: Ary Sperling
Direção Vocal e Regência: Thiago Gimenes
Cenografia: Helio Heichbauer
Vídeo Cenário: Richard Luiz
Figurino e Visagismo: Fabio Namatame
Direção de Arte: Luis Bueno
Designer de Som: Tocko Michelazzo
Designer de Luz: Fran Barros
Assistente de Direção: Beatriz Lucci
Assistente de Coreografia: Ciça Simões
Assistente de Figurino: Juliano Lopes
Assistente de Cenografia: Marieta Spada
Produção de Cenografia: Jorge e Denis Produções Cenográficas
Produção de Vídeo Cenário: Rodrigo Arcangelo e Marcio Oliveira
Produção de Elenco: Giselle Lima
Produção Executiva: Jardel Romão
Produção Geral: Bárbara Guerra
Produtores Associados: Julio César e Moacyr Góes

Serviço:
Teatro Santander
Quintas e Sextas, às 21h00, Sábados, às 18h00 e 21h00, e Domingos, às 18h00. TEMPORADA: 13 de maio a 9 de julho de 2017
http://teatrosantander.com.br/programacao/alegria-alegria
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 Itaim Bibi, São Paulo – SP
Bilheteria Teatro Santander
Complexo do Shopping JK Iguatemi
Horário de Funcionamento
Domingo a Quinta: 12h às 20h ou até inicio do espetáculo.
Sexta e Sábado: 12h às 22h.

O De Olho Na Cena conta com o apoio do Pimenta Romã
Alameda Lorena, 521 - Jardins
pimentaroma.com.br
https://www.facebook.com/restaurantepimentaroma/?fref=ts
Buffet do Pimenta Romã de 2a a 6af!
No almoço executivo, vale dizer, você tem direito ao Buffet de pratos frios e quentes, além de sobremesa.
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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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