Dias 29 e 30 de abril, sábado e domingo. Direção, dramaturgia e encenação são assinados por Luciana Lyra.
Quarança ( que vem do “quarar a roupa”e significa clarear a roupa pela exposição à luz do sol) fala de violência contra a mulher e o que se vê narrado no palco são vivências pessoais do elenco e de mulheres como Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.
Aracy foi uma mulher comum, conhecida como o “Anjo de Hamburgo”, divorciada, que escrevia diários e que salvou da morte centena de judeus na Alemanha nazista, concedendo-lhes vistos para o Brasil. Ela foi a segunda esposa do escritor João Guimarães Rosa e a guerreira Diadorim, de Grande Sertão Veredas pode ter sido inspirada na sua força.
Luciana Lyra mergulhou num amplo material de pesquisa, como filmes, livros, artigos, espetáculos, palestras, documentários etc. Ela contou com a ajuda do elenco no processo de elaboração do espetáculo.
A peça propõe uma reflexão sobre o feminícidio, violência, estupro, discriminação e outras questões relacionadas ao universo feminino.
A temporada segue até 21 de maio e faz parte da celebração da inauguração da nova sede da companhia.
Na trama, o público acompanha uma história de vida e morte na cidade fictícia de Alereda, onde o sol é forte demais. O lugar é ocupado por jagunços e mulheres são violentadas, mortas e expostas ao sol. A guerreira Rosa Ararim surge para mudar essa triste situação. ,
“Em pleno século XXI, basta abrir o jornal para vermos ainda hoje meninas de 10 anos (ou menos) sendo obrigadas a casar por acertos de suas famílias, desigualdade gritante de salários, estupros e culpabilização das vítimas, mortes por abortos clandestinos, a obrigatoriedade de abrir mão de sonhos para ser uma ‘esposa perfeita’ ou mãe muito jovem, violência física, moral e verbal. A sociedade em que vivemos ainda acha bastante indigesto ser comandada por uma mulher, seja no plano familiar, empresarial ou político”, conta a atriz Paula Praia.
“Estes fatos que nos assolam todos os dias se tornaram um caldeirão muito rico de material para nos posicionarmos política e artisticamente. Estas histórias perpassam nossas vidas também, embora não tenhamos sido as protagonistas de todas elas. Quando percebemos isso, ficou impossível não nos posicionarmos. Nós três, atrizes d’A Próxima Companhia, escolhemos o teatro para este posicionamento. Ou melhor, temos a obrigação de fazê-lo”, conclui.
Serviço:
Realização A Próxima Companhia em parceria com a Unaluna – Pesquisa e Criação
Temporada de 1º de abril a 21 de maio, sextas e sábados, às 21h; domingos, às 19h.
Classificação etária: 14 anos
Duração: 90 minutos
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia) *Nos dias 29 e de abril, os ingressos serão gratuitos.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia, Encenação e Direção: Luciana Lyra
Assistente de Direção: Stella Garcia
Atrizes-Criadoras: Juliana Oliveira, Lívia Lisbôa e Paula Praia
Atriz colaboradora no processo de criação: Julia Pires
Vozes em off: Caio Marinho, Gabriel Küster, Kerson Formis, Márcio Marconato (Jagunçaria); Walter Breda (Sô Déo)
Direção Musical: Alessandra Leão
Produção Musical: Missionário José
Cenário e figurinos: Marco Lima
Iluminação: Ari Nagô
Preparação corporal: Gabriel Küster
Preparação para manipulação de bonecos: Júnior Siqueira
Costureira: Zezé de Castro
Cenotécnico: Zé Valdir Albuquerque
Fotos e vídeo: Adriana Nogueira
Design gráfico: Rafael Victor
Equipe Técnica de Som e Luz: Caio Franzolin, Caio Marinho e Gabriel Kuster
Produção: A Próxima Companhia e Radar Cultural Gestão e Projetos
Direção de Produção: Caio Franzolin e Solange Borelli
Núcleo Artístico A Próxima Companhia: Caio Franzolin, Caio Marinho, Gabriel Küster, Juliana Oliveira e Paula Praia.
Realização: A Próxima Companhia e Unaluna – Pesquisa e Criação em Arte
ESPAÇO CULTURAL A PRÓXIMA COMPANHIA: Rua Barão de Campinas, 529, Campos Elíseos, Próximo à Estação Santa Cecília do Metrô.
Capacidade do espaço: 50 lugares
Tel.: (11) 3331-0653
Mais informações:
www.aproximacompanhia.com.br
www.facebook.com/aproximacompanhia
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