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Críticas - Teatro Adulto

Love Love Love
Publicado em 29/03/2018, 22:00
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O sonho de uma geração vai por água abaixo. A ideologia libertária é deixada de lado devido às necessidades cotidianas, sejam elas essenciais, como a criação dos filhos, ou superficiais, como a garantia do conforto.

Love Love Love promove reflexões sobre a passagem do tempo e sugere interrogações sobre o que estamos fazendo, ou não, para melhorar o mundo, ou mesmo as nossas relações! ... Até que ponto somos cópia dos nossos pais? Como lutar por um mundo melhor quando a necessidade de sobrevivência fala mais alto e vozes libertárias são caladas? O que fazer quando o espírito libertário dá lugar ao comodismo?

O público acompanha os conflitos de gerações de uma família entre os anos de 1967 a 2014. O foco está no contexto político e social de sua época e pretende demonstrar, de maneira provocativa, como somos modificados pelo tempo em que vivemos. São pessoas que se amam, mas individualistas, com frustrações e acomodações; todos precisam de terapia. Não sabem lidar com os problemas, os tratam de forma distante, não existe calor humano.

A peça é dividida em três momentos: a ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em que os Beatles cantaram All You Need Is Love (símbolo de esperança de um mundo melhor, época de contestações e sonhos)... Sandra, bonita e sedutora, recém-ingressada na universidade, marca um encontro com Henry, mas ela se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro universitário.

Em 2011, o público acompanha como está a vida do casal de classe média, agora com dois filhos, negligentes com o casamento falido.

Por fim, em 2011, em uma reunião de família, a filha do casal, Rose, de 37 anos, que é uma violinista promissora, está decepcionada com a vida e joga a responsabilidade do fracasso de sua geração nos pais.

Atores extremamente competentes vivem personagens diferentes e que envelhecem na trama. O texto é inteligente, mas exige que os seus intérpretes sejam atores versáteis e entregues, porque as cenas são complexas, misturando momentos leves e momentos dramáticos. Às vezes isso acontece muito rapidamente, ou o trágico traz traços de um humor cortante.

Débora Falabella e Yara de Novaes são os maiores trunfos da montagem, mas todo o elenco merece aplausos pela qualidade do trabalho.

Débora se destaca pela total diferenciação na criação das personagens Sandra e Rose, a filha cheia de frustrações. E é na pele de Rose que a atriz apresenta nuances de uma mesma personagem, em virtude da passagem dos anos.

Yara, que vive a mãe da família na segunda e terceira parte, é segura, tem o tom exato na passagem das emoções dos seus personagens para o público.

Love Love Love é um espetáculo moderno, dinâmico, onde as emoções estão à flor da pele. O foco está na interpretação dos atores e o diretor impôs um ritmo que ressalta a atualidade da obra e a pulsão de personagens que estão buscando a felicidade, mas a alienação e comodismo não permite que as relações sejam sadias.

Muitas vezes, vale frisar, os silêncios falam muito mais do que qualquer palavra, provocando sensações e emoções arrebatadoras. Silêncios que corroem, que destroem a alma e demostram o quanto a perturbação toma conta dos relacionamentos.

Todos os elementos da cena retratam o espírito conturbado da família, com alguns ímpetos de alegria.

A trama se passa na Inglaterra, mas ela se transforma em universal porque fala de problemas que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode ter. E o que faz com que o público se aproxime da trama é a trilha, que traz a antológica All You Need Is Love, cuja letra serviu de inspiração para o título da peça, New Kids On the Block, e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso.

Os diálogos no começo são longos, o texto parece arrastado, mas é essa parte da encenação que é essencial para o total entendimento dos sérios conflitos que estão por vir. Um momento em que a qualidade da encenação depende da presença de excelentes atores no palco, e eles seguram muito bem a cena, que não chega a ser monótona porque nos instiga a conhecer o temperamento e o pensamento dos personagens.

A luz, as mudanças de cenários realizadas pelos próprios atores e o figurino estão em harmonia para evidenciar a explosão de emoções e sensações que o texto propõe. As cores, que no começo são fortes e diversificadas, vão se transformando em monotonia, do mesmo modo que os sonhos da juventude vão se transformando em frustrações e neuroses no decorrer dos anos.

FICHA TÉCNICA:
Autor: Mike Bartlett
Tradução: Maria Angela Fontes Frederico
Diretor Artístico: Eric Lenate
Elenco: Augusto Madeira, Débora Falabella, Mateus Monteiro, Alexandre Cioletti e Yara de Novaes
Foto de Leekyung Kim
Iluminação: Gabriel Fontes Paiva
Trilha Sonora: L.P. Daniel
Cenário: André Cortez
Figurinos: Fabio Namatame
Transportadora Oficial: Avianca
Assessoria de Imprensa: Pombo C

SERVIÇO:
Teatro Vivo - Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Vila Cordeiro
Temporada: de 23 de março a 27 de maio
Às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 18h
Ingressos: sextas R$50 e sábados e domingos R$60
Duração: 110 minutos
Classificação: 14 anos
Telefone: (11) 3279-1520
Capacidade do teatro: 274 lugares

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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