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Críticas - Teatro Adulto

A Cerimônia do Adeus traz o espírito libertário e sonhador de um escritor
Publicado em 17/04/2023, 22:00
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Em 1989 @ulyssescruz52 dirigiu @acerimoniadoadeus e a estreia foi no @sescconsolacao, em São Paulo.
Foi com essa peça que conheci o trabalho do Ulysses e me apaixonei.
Já fazia teatro, mas foi com essa peça que descobri que o teatro seria o meu guia. A concepção cênica de Ulysses mostrou para uma menina ainda adolescente, a magia do teatro pulsante, criativo, arrebatador.
A nova versão do diretor continua vibrante, criativa e arrebatadora.
Elenco:
Simone de Beauvoir – Beth Goulart
Aspázia – Malu Galli
Jean Paul Sartre – Eucir de Souza
Juliano – Lucas Lentini
Brunilde – Olívia Araújo
Francisco – Fernando Moscardi
Lourenço – Rafael de Bona
@bethgoulartoficial
@malugalli
@eucir
@liege_monteiro
@luizfernandocoutinho
#deolhonacena

http://www.deolhonacena.com.br/index.php?pg=3a3b&sub=520#linha

A Cerimônia do Adeus fala de sonhos, liberdade, pulsões, preconceitos, descobertas, arte, poesia.
Assim como o autor Mauro Rasi, Juliano é escritor. É um jovem que sonha em ser escritor renomado, reside no interior e tem que lidar com a família cheia de pudores, hipocrisias e preconceitos.
O texto foi escrito no final dos anos 60, mas não é datado. Se naquela época a ditadura estava a todo o vapor, repressora, violenta, acabamos de viver tempos sombrios com um miliciano no poder, com ideias fascistas e encantado por ideais ditatoriais.
Mais de 30 anos entre a montagem que também ficou em cartaz no Sesc Consolação e a atual, e a obra continua instigante, oportuna e apaixonante. Assim como no passado, Ulysses Cruz assina a direção. Se já naquela época o seu trabalho era digno de muitos aplausos, hoje o que vemos é um artista maduro, criativo, que transfere para o palco toda a ânsia de vida do protagonista Juliano, a sua paixão por Simonede Beauvoir e Sartre, os embates com a mãe e demais familiares.
O provincialismo do interior, que persiste nos dias de hoje, atordoa. Juliano não quer muita coisa na vida, quer ter liberdade para criar e ser respeitado. Ele respira literatura e o seu quarto se transforma num refúgio, lugar em que a imaginação aflora: ele materializa Jean Paul Sartre e Simone de Beauvour, seus ídolos franceses existencialistas, com ideias modernas. São as únicas pessoas que entendem o seu espírito libertário e é com eles que ele expõe as suas angústias.
As revoluções políticas em prol do fim da ditadura se unem à revolução interna de Juliano. Aspázia, a mãe, a irmã, Brunilde e o primo reacionário Lourenço representam um universo retrógrado que Juliano quer se desvencilhar.
Mãe e tia representam o status qoo, a visão pequeno burguesa e a mente bitolada. Lourenço é um ser doente, frustrado, asqueroso. No meio disso tudo, Juliano tem o seu cotidiano sufocado, está sempre explodindo de raiva. São conflitos de gerações e de visões sobre o mundo sempre pertinentes para serem abordadas. A arte que salva, que nos livra de um cotidiano sem graça, no caso, a literatura e o teatro são as molas propulsoras de um futuro promissor para o protagonista.
Para quem não sabe, Mauro Rasi foi um grande dramaturgo e essa obra é auto-ficção, baseada nas suas angústicas de um promissor escritor do interior que queria ganhar o mundo, sem amarras, escrever, amar e ser feliz.
Um fluxo alucinante de emoções e sensações traduzido cenicamente com precisão pelo diretor, com vivacidade e dinamismo. O metaverso explorado com maestria. Um texto atemporal, uma encenação primorosa.
Portas e livros formam o cenário; imagens projetadas também dão a amplitude do quanto a cabeça do jovem protagonista fervilha em conjunto com um mundo em ebulição.
Luz e trilha contribuem para reforçar o teor das cenas, explosivas e tragicômicas.
A trilha de André Abujamra é forte, esfusiante, intensa, funciona praticamente como um personagem delimitando o furor da passagem da adolescência para a fase adulta, os transtornos com a família e a descoberta da sexualidade.
A trilha embala o emaranhado de dramas, desejos e pulsões de Juliano.
O elenco foi muito bem escalado. Malu Galli, Beth Goulart e Olívia Araújo são vigorosas, primorosas em cada olhar, gestos e entonações. Eucir de Souza também merece aplausos. Sartre já está com problemas de saúde e Eucir dá ao personagem a necessária maturidade e fragilidade.
Lucas Lentini consegue transmitir a jovialidade, o espírito sonhador, inquieto e questionador de Juliano.
A montagem de 1989 é inesquecível e com certeza essa nova versão será um marco também, já é um marco.
Clique nas imagens para ampliar:

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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