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Críticas - Teatro Adulto

Vincent River fala da dor da perda e da violência fruto da homofobia
Publicado em 07/09/2018, 14:00
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Vincent River, em cartaz no Sesc Vila Mariana, com Sandra Corveloni e Thales Cabral no palco e direção de Darson Ribeiro, é daqueles espetáculos de tirar o fôlego.

Vincent River é uma obra-prima premiada do autor britânico Philip Ridley. É o seu quarto drama e estreou no Hampstead Theatre, em Londres, em 6 de setembro de 2000.

Vincent é o único filho de Anita, brutalmente assassinado por uma gang de jovens homofóbicos no banheiro de uma estação de trem abandonada.

Anita recebe a visita de Davey, que a persegue há dias e certamente sabe detalhes sobre o assassinato. Ele é um garoto de apenas dezessete anos que está perturbado e viu algo que o atormenta, que não consegue esquecer.

Impossível não se emocionar com um texto que fala da dor da perda e coloca em evidência o quanto o preconceito, no caso a homofobia, pode gerar a violência e acabar com vidas e sonhos.

Impossível não se emocionar com a atuação de atores em plena sintonia, guiados com precisão por um diretor sensível, que foca a encenação na interpretação e na força da palavra, mas não deixa de imprimir nas cenas uma plástica que colabora para que os sentimentos dos personagens aflorem com vigor.

Cenário, trilha, figurino, elementos de cena, direção e interpretação dos atores formam um todo preciso que evidencia com maestria a riqueza de um texto extremamente atual e que trata de um assunto de suma importância, o respeito às diferenças, o respeito ao próximo.

Num cenário com caixas, ferros e tijolos expostos, que coloca a ação num pequeno apartamento onde Anita se mudou porque não aguentava mais os comentários preconceituosos dos vizinhos sobre o seu filho e o seu triste fim, estão dois atores plenos, que estabelecem um diálogo instigante.

Dois personagens solitários, anestesiados pela dor e que tecem um jogo de revelações perturbadoras. Uma mulher aparentemente dura devido às mazelas de sua vida e um garoto descobrindo a sexualidade e o amor. Um encontro pungente, sufocante e também com momentos de pura delicadeza.

Interpretações seguras graças à direção precisa nos mínimos detalhes. Gestos que muitas vezes são milimetricamente colocados no palco para ressaltar o teor de uma fala ou são iguais para ressaltar o vazio de duas pessoas que diante de uma grande perda precisam continuar a viver; apesar de tudo a vida continua.

São silêncios, emoções contidas, mas também explosões de sentimentos que transbordam no palco. Momentos de raiva e repulsa e outros momentos de carinho e compaixão.

Sandra Corveloni merece aplausos especiais. Atriz de experiência no teatro, leva para o palco as nuances de sua personagem de maneira arrebatadora. A sua entrega cativa. Coloca em evidência a dor que está aparentemente contida, mas que pulsa de maneira avassaladora no seu coração. Uma alma dolorida com ímpetos de desespero e ações que revelam os sentimentos de uma personagem solitária, impulsiva, compulsiva, que amava muito o seu filho e não sabe como lidar não somente com a perda, mas com o preconceito que assola o cotidiano. Trabalho arrebatador.

Um espetáculo que precisa ser visto por todos os cidadãos para que ações de violência não aconteçam. Debater a homofobia, a importância do amor e o respeito ao próximo é essencial e essa montagem propõe reflexões sérias de uma maneira muito inteligente.

Críticas - Teatro Adulto
Vincent River fala da dor da perda e da violência fruto da homofobia
Publicado em 07/09/2018, 14:00
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Vincent River, em cartaz no Sesc Vila Mariana, com Sandra Corveloni e Thales Cabral no palco e direção de Darson Ribeiro, é daqueles espetáculos de tirar o fôlego.

Vincent River é uma obra-prima premiada do autor britânico Philip Ridley. É o seu quarto drama e estreou no Hampstead Theatre, em Londres, em 6 de setembro de 2000.

Vincent é o único filho de Anita, brutalmente assassinado por uma gang de jovens homofóbicos no banheiro de uma estação de trem abandonada.

Anita recebe a visita de Davey, que a persegue há dias e certamente sabe detalhes sobre o assassinato. Ele é um garoto de apenas dezessete anos que está perturbado e viu algo que o atormenta, que não consegue esquecer.

Impossível não se emocionar com um texto que fala da dor da perda e coloca em evidência o quanto o preconceito, no caso a homofobia, pode gerar a violência e acabar com vidas e sonhos.

Impossível não se emocionar com a atuação de atores em plena sintonia, guiados com precisão por um diretor sensível, que foca a encenação na interpretação e na força da palavra, mas não deixa de imprimir nas cenas uma plástica que colabora para que os sentimentos dos personagens aflorem com vigor.

Cenário, trilha, figurino, elementos de cena, direção e interpretação dos atores formam um todo preciso que evidencia com maestria a riqueza de um texto extremamente atual e que trata de um assunto de suma importância, o respeito às diferenças, o respeito ao próximo.

Num cenário com caixas, ferros e tijolos expostos, que coloca a ação num pequeno apartamento onde Anita se mudou porque não aguentava mais os comentários preconceituosos dos vizinhos sobre o seu filho e o seu triste fim, estão dois atores plenos, que estabelecem um diálogo instigante.

Dois personagens solitários, anestesiados pela dor e que tecem um jogo de revelações perturbadoras. Uma mulher aparentemente dura devido às mazelas de sua vida e um garoto descobrindo a sexualidade e o amor. Um encontro pungente, sufocante e também com momentos de pura delicadeza.

Interpretações seguras graças à direção precisa nos mínimos detalhes. Gestos que muitas vezes são milimetricamente colocados no palco para ressaltar o teor de uma fala ou são iguais para ressaltar o vazio de duas pessoas que diante de uma grande perda precisam continuar a viver; apesar de tudo a vida continua.

São silêncios, emoções contidas, mas também explosões de sentimentos que transbordam no palco. Momentos de raiva e repulsa e outros momentos de carinho e compaixão.

Sandra Corveloni merece aplausos especiais. Atriz de experiência no teatro, leva para o palco as nuances de sua personagem de maneira arrebatadora. A sua entrega cativa. Coloca em evidência a dor que está aparentemente contida, mas que pulsa de maneira avassaladora no seu coração. Uma alma dolorida com ímpetos de desespero e ações que revelam os sentimentos de uma personagem solitária, impulsiva, compulsiva, que amava muito o seu filho e não sabe como lidar não somente com a perda, mas com o preconceito que assola o cotidiano. Trabalho arrebatador.

Um espetáculo que precisa ser visto por todos os cidadãos para que ações de violência não aconteçam. Debater a homofobia, a importância do amor e o respeito ao próximo é essencial e essa montagem propõe reflexões sérias de uma maneira muito inteligente.

O teatro tem o poder de levantar reflexões e quanto mais colocarmos em pauta situações trágicas como a exposta em Vincent River, mais perto de um mundo mais justo estaremos.

Como sempre digo, a arte é que pode nos salvar do caos em que o mundo se encontra.

Vincent River e uma obra de 2000 e de lá para cá a questão da homofobia, e de todo o tipo de desrespeito para com o próximo, ainda continua promovendo desavenças e atos absurdos.

O espetáculo está lotando o auditório do Sesc vila Mariana pela sua qualidade artística, mas sem dúvida a urgência do assunto abordado faz com que a cada sessão mais pessoas se interessem por essa montagem.

A temporada no Sesc vila mariana termina no dia 29 de setembro, mas esse espetáculo tem que continuar em cartaz na capital paulista e viajar pelo Brasil, para que mais espectadores tenham a oportunidade de conferir, se emocionar e refletir.


Ficha técnica / Serviço
Texto Philip Ridley |Tradução e direção geral Darson Ribeiro | Elenco: Sandra Corveloni (Anita, especialmente convidada) e Thalles Cabral (Davey). Fotografia Eliana Souza | Designer Gráfico Iago Sartini | Assessoria de imprensa Eliane Verbena | Assessoria jurídica Bottini & Tamasauskas Advogados | Visagismo Claudio Germano | Cenografia, trilha e figurino Darson Ribeiro (o ator veste Ricardo Almeida e Antrato) | Desenho de luz Darson Ribeiro | Assistente de Direção Roberto Novelli (estagiário João Marcos Costa)| Assistente de iluminação Tulio Pezzoni | Cenotecnia Heron Medeiros | Operação de luz e som Douglas Fernando | Costureiras Benê Calistro e Nildes Almeida | Edição de som Lalá Moreira | Administração Geondes Antônio | Armazenamento e logística Personnalite Transportes & Mudanças | Idealização e produção Dr Produções | Realização Sesc SP.

Temporada: 17/8 a 29/9 – Sextas, às 20h30, e sábados, às 18h
Duração: 90 minutos. Gênero: Drama. Classificação: 12 anos.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira). R$ 10,00 (estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 6,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Bilheteria: Terça a sexta-feira (9h - 21h30); sábado (10h - 21h); domingo e feriado (10h - 18h30) - ingressos à venda nas unidades do Sesc e no portal.
Local: Auditório (128 lugares).
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141, São Paulo - SP
Telefone: 5080-3000
Estacionamento: R$ 5,50 + R$ 2,00 a hora adicional (Credencial Plena) e R$ 12,00 + R$ 3,00 a hora adicional (outros). 130 vagas.
sescsp.org.br/vilamariana
Facebook, Twitter e Instagram: /sescvilamariana

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DE OLHO NA CENA BY NANDA ROVERE - TUDO SOBRE TEATRO, CINEMA, SHOWS E EVENTOS Sou historiadora e jornalista, apaixonada por nossa cultura, especialmente pelo teatro.Na minha opinião, a arte pode melhorar, e muito, o mundo em que vivemos e muitos artistas trabalham com esse objetivo. de olho na cena, nanda rovere, chananda rovere, estreias de teatro são Paulo, estreias de teatro sp, criticas sobre teatro, criticas sobre teatro adulto, criticas sobre teatro infantil, estreias de teatro infantil sp, teatro em sp, teatros em sp, cultura sp, o que fazer em são Paulo, conhecendo o teatro, matérias sobre teatro, teatro adulto, teatro infantil, shows em sp, eventos em sp, teatros em cartaz em sp, teatros em cartaz na capital, teatros em cartaz, teatros em são Paulo, teatro zona sul sp, teatro zona leste sp, teatro zona oeste sp, nanda roveri,

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